Vítor Ferreira, presidente da autarquia da Amadora, está em funções há pouco tempo, mas conhece a cidade, os seus problemas e aponta as suas prioridades
11 de setembro de 2024 às 12:13Vítor Ferreira tornou-se presidente da autarquia da Amadora em julho, substituindo Carla Tavares, eleita deputada para o Parlamento Europeu. Apesar de o autarca estar no cargo há pouco tempo, conhece "os cantos à casa", o projeto do Executivo para o território e revela o que vai fazer antes das autárquicas, marcadas para 2025.
Foi com grande honra e privilégio que, em 2017, fui convidado pela anterior presidente, Carla Tavares, a integrar a lista e a abraçar o projeto socialista para a cidade, território que conheço bem, onde nasci, estudei, trabalhei e onde sempre residi. Esse conhecimento permitiu-me integrar o projeto desenvolvido pelo PS, assente numa política de proximidade. Mas, como qualquer outro território, a Amadora é uma cidade com vários desafios em diversas áreas. Vou focar-me, sem dúvida, nas questões da habitação e segurança, sem esquecer as questões ambientais e a qualificação do espaço público, prosseguindo a missão de servir as pessoas.
Mais de 20% dos investimentos orçamentados para este ano são na área da habitação e temos seis candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nesta área. O município dispõe de um parque habitacional de cerca de 2200 fogos, fruto do investimento feito desde 1997, tendo em vista a resolução dos 36 bairros degradados do território. Todos eles estão ocupados e, portanto, o nosso desígnio é investir na componente de arrendamento acessível e alojamento para idosos.
Neste momento, temos candidaturas aprovadas para a reabilitação energética de dois bairros, num total de oito milhões de euros: o Casal do Silva, na Falagueira, e o Casal da Boba, na Mina de Água.
Temos um investimento, PRR, de cerca de 14 milhões de euros para requalificar o Casal da Mira, composto por 760 fogos. Dispomos, ainda, de sete edifícios dispersos no bairro da Brandoa, também objeto da operação de realojamento, em que vamos investir cerca de 1,8 milhões. Ainda com apoio PRR vamos construir 48 fogos, tipologia T1, para arrendamento acessível, no Casal da Mira. Paralelamente, temos estado a trabalhar com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) no sentido da construção de 490 fogos em cerca de dez hectares da Quinta do Estado.
Lançámos recentemente o "Reabilitar para Arrendar", um programa municipal de apoio à realização de obras de conservação no interior de frações habitacionais, desde que estejam ou permaneçam no mercado de arrendamento, com um subsídio não reembolsável até 30% do valor das obras. Estamos a lançar também um programa municipal de arrendamento acessível que procure dar resposta aos residentes ou trabalhadores na Amadora, com rendimentos intermédios e que apresentam dificuldades no acesso a uma habitação adequada, por via do mercado privado.
De acordo com a Divisão da PSP da Amadora, comparativamente a 2022, no ano de 2023 verificou-se uma diminuição da criminalidade geral na Amadora (-3,7%) e da criminalidade violenta e grave (-39,7%). Estes resultados são fruto de um trabalho de proatividade policial contínuo e do policiamento de proximidade implementado no terreno pelos agentes, bem como de uma forte cooperação entre o município e a PSP.
Temos investido muito na segurança, nomeadamente na videoproteção. Estamos já a trabalhar na 3.ª fase do alargamento do sistema de videoproteção na cidade, que passará a dispor de mais 59 câmaras, num total de 200 câmaras em todas as freguesias do município.
Vamos ainda realizar obras, espero que até ao final deste mandato, em duas esquadras importantíssimas da cidade, a da Mina e a da Reboleira, que há anos não têm qualquer intervenção, com vista à dignificação das condições de trabalho.
Devolver o espaço público à população! Quer seja através da qualificação de espaços que permitam criar praças de estadia, com sombras e árvores, construção de ciclovias e reforço da rede de pistas de caminhada, requalificação dos grandes parques urbanos, fomentando o usufruto do espaço público e de momentos de lazer.
Sendo uma cidade densamente povoada, temos de criar condições para que possa ser vivida em pleno por quem escolheu a nossa Amadora para viver ou trabalhar.