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Exames ao coração previnem morte súbita

Em qualquer idade, quando há início de prática desportiva ou perante sintomas, é preciso uma avaliação médica para despistar qualquer anomalia que possa gerar uma falha cardíaca

30 de setembro de 2021 às 12:29

Miklos Féher, Alfredo Quintana, Paulo Diamantino, Neno. Todos eles foram vítimas de morte súbita. O nome é assustador, mas, apesar de ocorrer inesperadamente e sem causa conhecida, a morte súbita pode ser prevenida. Bastam alguns exames, feitos no momento certo – quando se inicia a prática desportiva ou perante determinados sintomas – para prevenir um desfecho trágico.

"A morte súbita é aquela que ocorre de forma inesperada, num curto espaço de tempo. A pessoa está bem, não existe evidência anterior de qualquer problema de saúde, mas morre", define o professor Carlos Cotrim, cardiologista do Heart Center do Hospital Cruz Vermelha e especialista no tema.

Todavia, quando são levados a cabo os estudos ‘post-mortem’, verifica-se que a maioria dos casos de morte súbita relaciona-se com anomalias clínicas que não foram detetadas a tempo.

"Não é o desporto que provoca a morte súbita, pelo contrário. O desporto dá-nos saúde e anos de vida. O que há são situações clínicas que não foram diagnosticadas, mas que podem ser desencadeadas pela prática desportiva mais intensa dando origem ao fenómeno", esclarece Carlos Cotrim.

Na prática desportiva federada, a descrição dos exames que os atletas devem efetuar "está explícita e cientificamente comprovada". Caso não exista este acompanhamento, o início de qualquer atividade física deve ser precedido por um exame médico. "Numa avaliação básica inicial, ouve-se o historial da pessoa e é efetuado uma eletrocardiograma. Se houver antecedentes familiares, está estipulada para além da realização de uma eletrocardiograma e sobretudo se forem detetadas anomalias, dar início a uma investigação do problema, adequada a cada situação particular", explica o especialista.

No âmbito da cardiologia, existem exames específicos para estes casos. "Quando o atleta tem sintomas de esforço, nada melhor que um exame realizado nessas mesmas circunstâncias", avisa. Além da tradicional prova de esforço, em algumas unidades de saúde, como o Heart Center, no Hospital Cruz Vermelha, em Lisboa, é possível fazer uma Ecocardiografia de Esforço.

"Ainda não é um exame comum porque a formação e a aprendizagem técnica dos profissionais de saúde demora muito tempo. Mas é um exame que permite uma melhoria da qualidade e da quantidade de informação, pois dá-nos a possibilidade de fazer uma avaliação da mecânica cardíaca e tirar mais conclusões adequadas", justifica Carlos Cotrim.

A cardiologista Joana Feliciano concorda e acrescenta outros passos para um diagnóstico eficaz, dependendo da idade e da condição do doente. "Pode também ser preciso fazer um Angio Tac Cardíaco ou uma Ressonância Magnética. Tudo depende da idade, dos sintomas e do problema que está a ser investigado. No Heart Center temos a vantagem de termos uma equipa especializada nas diversas etapas e exames, o que nos permite tirar conclusões com grande acuidade", conclui a especialista.

Agora já sei o que tenho e o que devo fazer

Apesar de não praticar desporto com a regularidade de um atleta profissional José Pedro Andrade, de 44 anos, sempre gostou de andar de bicicleta e de jogar à bola. Há algum tempo começou a sentir "uma dor opressiva do lado esquerdo do peito, que aparecia depois dos jogos – quando estava mais desidratado – em momentos de stress ou quando tinha excesso de trabalho".

Procurou uma consulta de cardiologia. "Fiz alguns exames e fui encaminhado para o Dr. Carlos Cotrim, que me fez uma eco de esforço, na qual era perfeitamente visível uma obstrução intraventricular induzida pelo esforço", recorda.

José Pedro passou a fazer medicação para controlar o problema. "Nunca fiquei completamente assintomático, mas foi uma boa notícia saber que não tenho doença coronária. Agora já sei o que tenho e o que devo fazer. Voltei a fazer a minha vida normal, incluindo desporto", afirma.

Um diagnóstico que só foi possível graças à realização daquele exame específico. "Com os meios de diagnóstico que temos disponíveis no Heart Center conseguimos fazer uma avaliação completa de qualquer situação clínica, direcionando a investigação caso a caso", congratula-se o professor Carlos Cotrim.

"A própria avaliação para a prática desportiva tem dois contextos particulares: os atletas de competição, maioritariamente jovens saudáveis abaixo dos 35 anos, e os outros praticantes menos regulares, acima dos 35 anos e mesmo dos 50, idade a partir da qual o risco de sofrer uma doença cardíaca é bastante maior", explica Carlos Cotrim.

Metade dos casos dá sinais de alerta

Manuel Ferreira, cardiologista pediátrico no Heart Center do Hospital Cruz Vermelha, explica a que sinais os pais devem estar atentos e como prevenir a morte súbita nos mais jovens.

Correio da Manhã Quais as causas da morte súbita em crianças?

Manuel Ferreira – A morte súbita/paragem cardíaca na criança e adolescentes são situações raras. Pela circunstância de serem situações inesperadas e devastadoras para todos nós, têm sido concentrados esforços para encontrar estratégias baseadas na evidência que possam prevenir estes eventos de uma forma eficaz.

– Os casos estão associados a patologias específicas?

Quais os sinais de alarme?

– Em cerca de 50% dos casos podem surgir sinais de alerta: dor no peito, dificuldade respiratória, síncope/desmaio, convulsão. Frequentemente existe história familiar de morte precoce inesperada antes dos 50 anos.

Os clubes e os técnicos estão preparados para estas situações?

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