Abatidos quatro insurgentes perto de megaprojeto de gás natural em Cabo Delgado

Autoridades frustraram uma tentativa de invasão à sede da localidade de Mute.

24 de dezembro de 2020 às 20:30
Polícia de Moçambique Foto: Getty Images
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As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique anunciaram esta quinta-feira que abateram quatro insurgentes e frustraram uma tentativa de invasão à sede da localidade de Mute, próxima do megaprojeto de gás natural em Cabo Delgado.

A tentativa de invasão à aldeia ocorreu na noite de quarta-feira e, além de abater quatro insurgentes, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) apreenderam seis armas de fogo, havendo ainda suspeitas de que houve mais baixas da parte do grupo, refere uma nota das FDS divulgada através da televisão e rádio públicas.

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"A ação deste grupo de terroristas tem sido acompanhada pelas FDS e os mesmos atravessaram a Estrada Nacional na zona de Mapalanganha, antes de atacar a localidade. Os terroristas procuram inviabilizar os investimentos na península de Afungi e as FDS frustram estas tentativas", refere a nota.

Esta é a segunda tentativa de invasão à aldeia de Mute, próxima do megaprojeto de gás natural de Cabo Delgado, após uma primeira incursão ocorrida no dia 07 deste mês.

A aldeia é atravessada pela única estrada asfaltada da zona e fica situada a 25 quilómetros a sul de Palma, vila costeira sede de distrito, e a uma distância pouco menor das obras que decorrem na península de Afungi, onde está a ser construída a zona industrial de processamento de gás natural da Área 1 da bacia do Rovuma, o maior investimento privado de África, da ordem dos 20 mil milhões de euros.

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Trata-se da estrada que liga Palma a Mocímboa da Praia, vila costeira situada 70 quilómetros a sul e que foi invadida em agosto por grupos rebeldes.

A violência armada em Cabo Delgado começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil deslocados, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.

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