Crocodilo mata mulher que buscava água num rio no centro de Moçambique
O incidente ocorreu na localidade de Matenga, distrito de Nhamatanda.
Uma mulher morreu após ser atacada por um crocodilo quando ia buscar água no rio Púngue em Sofala, no centro de Moçambique, anunciou hoje fonte oficial.
O incidente ocorreu na terça-feira, na localidade de Matenga, distrito de Nhamatanda. A mulher, de 49 anos, é a sétima vítima dos crocodilos, segundo Valentim Elias, um líder local, citado hoje pela Rádio Moçambique.
"Os crocodilos estão a dizimar a nossa população", lamentou Valentim Elias.
Segundo o presidente do comité de gestão de recursos naturais de Matenga, Amade Cadeado, a falta de redes de abastecimento de água na localidade leva as comunidades às margens do rio para lavar roupa, tomar banho ou obter água para os mais diversos fins.
"Gostaríamos que o Governo alocasse uma das fontenárias [para Matenga]", disse Amade Cadeado, referindo que isso facilitaria o processo de sensibilização da população para não usar o rio.
Os incidentes com animais selvagens são comuns nas zonas rurais e as margens de rios acarretam um risco acrescido.
Em 2020, um total de 97 moçambicanos morreram e 66 ficaram feridos só em ataques registados (outros não chegam a ser reportados) de animais selvagens, a maioria por crocodilos, segundo dados da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).
Os crocodilos atacam sobretudo nas províncias de Tete e Zambézia e foram responsáveis por 76 óbitos, equivalente a três quartos das mortes.
De acordo com o organismo, o crocodilo matou mais pessoas em fevereiro, janeiro e dezembro, meses da estação das chuvas, que em Moçambique decorre de outubro a março.
Nestes meses, o caudal dos rios sobe e faz com que várias zonas agrícolas e de habitação fiquem inundadas, aumentando os riscos para quem ali vive.
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