Grécia: Atenienses muito divididos entre o 'sim' e o 'não'

A convicção ou a indefinição estão em definitivo instaladas nas ruas de Atenas.

01 de julho de 2015 às 19:18
Atenas, Alexis Tsipras, Grécia, avenida Stadiou Foto: EPA
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A convicção ou a indefinição estão em definitivo instaladas nas ruas de Atenas após o primeiro-ministro Alexis Tsipras ter confirmado esta tarde a realização no domingo do referendo sobre o acordo com os credores internacionais.

"Somos jovens, temos problemas com os nossos empregos, não temos dinheiro, mas não há razão para sair da Europa. Vou votar 'sim' no domingo", diz Niki, 33 anos, empregada numa loja, quando se dirigia apressada para o metro. Considera que ainda é possível encontrar uma "solução de meio-termo" entre Atenas e os credores e receia que a Grécia não sobreviva fora da moeda única.

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Do outro lado da avenida Stadiou, entre as praças Omonia e Syntagma, Panos, 23 anos, estudante no Instituto Politécnico e à procura de trabalho, tem uma posição totalmente oposta.

"Defendo o voto ´não' e não apenas sobre o acordo, sou contra a permanência da Grécia na zona euro e na União Europeia. Esta situação não está a ajudar o país. A maioria da população rejeita este acordo com os credores mas de forma geral querem ficar na UE, mas não desta forma", refere, convicto.

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"É um referendo arriscado, não sei se a vitória do 'não' implica a saída da zona euro. A Alemanha e outros países dizem que a Grécia sai, depois dizem que não sai? É complicado. Mas o povo não pode suportar mais sacrifícios, mais cortes nos salários e pensões", salienta.

Atenas está dividida e perplexa, a quatro dias de um referendo que, afinal, todos sentem determinante para o seu futuro.

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