Nutricionistas congratulam-se com classificação cancerígena de carne processada
OMS revela que existem "provas suficientes" de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.
A bastonária da Ordem dos Nutricionistas congratulou-se esta segunda-feira com o facto da Organização Mundial da Saúde classificar os alimentos processados como cancerígenos, e a carne vermelha como potencialmente cancerígena, considerando ser uma oportunidade para aumentar o consumo de hortofrutícolas.
Coube à Organização Mundial da Saúde (OMS) esta classificação, que coloca alimentos como o fiambre, bacon, salsichas ou presunto ao nível do tabaco, em termos de efeitos prejudicais para a saúde de quem os consome.
O estudo da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês) indica que a carne processada é cancerígena para os seres humanos e alerta para o facto de a carne vermelha também é "provavelmente" cancerígena.
Cancro do instestino
O relatório referiu que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada - menos de duas fatias de bacon - aumenta a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino) em 18%. A classificação foi bem recebida pela bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, que não ficou, contudo, surpreendida.
"Para os profissionais de saúde, o facto não é novidade. Há estudos que associam estes alimentos ao cancro, assim como identificam os hortofrutícolas como potenciais diminuidores do risco de doença oncológica", disse à agência Lusa.
Alexandra Bento reconhece que "não é fácil mudar hábitos alimentares de um dia para o outro", mas afirmou ser esta uma oportunidade para recuperar o consumo da dieta mediterrânica, que foi abandonada nos últimos tempos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt