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Burlão das notas de 50 condenado a oito anos de prisão

Dinheiro alimentava vício da droga.

25 de novembro de 2016 às 12:08
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Burlão das notas de 50 condenado a oito anos de prisão

Um homem acusado de mais de 30 burlas com notas de 50 euros, entre 2014 e 2016, foi condenado a oito anos de prisão pelo Tribunal de Vila Nova de Gaia, esta sexta-feira.

O homem ficou ainda obrigado ao pagamento de uma multa de 50 euros e a dois anos de inibição de conduzir.

A presidente do coletivo de juízes afirmou que os factos foram "quase" todos dados como provados, desde a existência de um plano para a realização das burlas, a ida aos estabelecimentos comerciais, o modo como se apropriava das notas, assim como a perseguição feita pela PSP e que levou à sua detenção.

"Estes tipos de crimes causam bastante alarme social e, infelizmente, são frequentes na sociedade", disse.

No julgamento, que começou a 11 de outubro, o arguido confessou parte dos factos e justificou-os com a necessidade de conseguir dinheiro para comprar droga.

O burlão de 42 anos admitiu que, até ser detido em março deste ano, entrava em confeitarias, cafés, pastelarias e restaurantes do norte do país e, enquanto simulava falar ao telemóvel, pedia sandes para levar e solicitava aos comerciantes para lhe trocar uma nota de 50 euros que nunca entregava, pondo-se depois em fuga num carro.

"O dinheiro que arranjava era para comprar cocaína e heroína para mim e para a minha namorada que, por vezes, me acompanhava, mas ficava sempre no carro", relatou.

O "burlão das notas de 50 euros", como ficou conhecido, foi condenado pelos crimes de burla qualificada na forma continuada, furtos, roubos, violência após a subtração, violação de imposições, condução perigosa de veículo rodoviário, resistência e coação sobre funcionário, ofensa à integridade física na forma tentada e dano.

O burlão explicou que a mulher morreu em 2010, ficou com um filho pequeno, a sua empresa de construção civil deixou de ser rentável e começou a "afundar-se" em dívidas e que, depois de ter conhecido a sua namorada em 2014, começou a consumir droga diariamente, motivos que o levaram a "montar este estratagema".

Já sob vigilância das autoridades, o arguido viria a ser detido em março deste ano, após um perseguição que começou na baixa do Porto e terminou em Vila Nova de Gaia com o despiste do carro em que seguia a alta velocidade.

A sua companheira, também arguida no processo e acusada de coautoria de alguns crimes, foi absolvida.

A advogada do burlão, Ângela Loureiro, afirmou aos jornalistas, à saída do tribunal, estar "em choque" com a pena aplicada.

"É uma pena excessiva porque não estamos a falar de homicídios ou tráfico de droga", entendeu.

Frisando que vai recorrer, Ângela Loureiro lembrou que o arguido nunca foi violento, tem um filho pequeno e está a fazer um tratamento na prisão para se livrar das drogas.

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