Pequenas derrocadas e transbordo de ribeiras.
O presidente do governo açoriano, Vasco Cordeiro, afirmou que há registo de pequenas derrocadas e transbordo de ribeiras, nomeadamente no Pico e em São Miguel, na sequência da passagem do furacão 'Alex', situações de "pequena monta já solucionadas". O furacão passou a leste da Terceira, a ilha que tinha "uma elevada probabilidade de sofrer o impacto direto" da situação, mas que acabou por ser afetada pela parte menos ativa do fenómeno.
"Há efetivamente um aumento da precipitação, um aumento da intensidade do vento e há já algumas ocorrências de pequenas derrocadas e transbordo de ribeiras, nomeadamente nas ilhas do Pico e em São Miguel. Não é nada de monta, mas de qualquer forma já se registam essas ocorrências, que têm sido prontamente solucionadas com a intervenção de bombeiros e dos serviços da administração regional, nomeadamente Recursos Florestais e Obras Públicas, que têm tido uma intervenção mais direta no terreno", disse Vasco Cordeiro, cerca das 09h00 locais (menos uma hora do que em Lisboa).
Algumas zonas da vila de Rabo de Peixe, São Miguel, nos Açores, estavam às 11h00 locais (mais uma hora no continente) sem energia elétrica devido ao mau tempo.
Fonte da Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) disse à agência Lusa que está a ser reposta a normalidade. Segundo informações da EDA, "a linha das Calhetas de Rabo de Peixe, disparou pelas 10h25 locais", devido "às fortes rajadas de vento que se fazem sentir" e "algumas zonas ficaram sem luz". Não foi especificado o número de clientes afetados.
Em comunicado, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores pede à população que se mantenha atenta às informações divulgadas por esta entidade ou por membros do Governo Regional.
A Proteção Civil dos Açores já registou esta sexta-feira 19 ocorrências na sequência da passagem do furacão nas ilhas dos grupos central e oriental, mas referem-se todas a pequenos estragos, segundo o presidente do organismo.
"Estado de alerta"
A Proteção Civil adianta que as 14 corporações de bombeiros dos Açores se mantêm em "estado de alerta", assim como outros serviços, aconselhando para as próximas horas a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas e a retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas.
À população é solicitada ainda "a adequada fixação de estruturas soltas, como andaimes ou placardes e outras estruturas montadas ou suspensas", e a consolidação de telhas, portas e janelas.
A Proteção Civil recomenda igualmente um "especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas", alertando que não devem "ser realizadas atividades relacionadas com o mar, nem ao ar livre".
"Enfraquecimento"
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) anunciou que o furacão 'Alex' mantém as características previstas para a sua passagem nos Açores, apesar de apresentar indícios "de algum enfraquecimento na sua estrutura".
Um comunicado disponível na página do Facebook da delegação regional dos Açores do IPMA informa que, de acordo com o centro de Furacões de Miami (EUA), o centro do furacão 'Alex' encontrava-se às 02h00 "a cerca de 445 quilómetros a su-sueste do Faial, dirigindo-se para norte com uma velocidade de cerca de 35 quilómetros/hora [km/h], o que implica a sua passagem sobre as ilhas do grupo central dos Açores durante a manhã".
"Muito embora haja indícios de algum enfraquecimento na sua estrutura, o 'Alex' deverá manter no essencial as características inicialmente previstas durante a sua passagem nos Açores", esclarece o IPMA, observando que se mantém a previsão de precipitação forte, ventos com rajadas que podem atingir os 160 km/h e ondas com altura máxima de 18 metros" neste grupo, constituído pelas ilhas da Graciosa, Faial, Pico, São Jorge e Terceira.
O grupo oriental (São Miguel e Santa Maria) "será afetado com menos intensidade, com ventos com rajadas na ordem dos 130 km/h, ondas que podem ultrapassar os nove metros e precipitação forte", adianta o mesmo comunicado, acrescentando que "ao longo da tarde deverá verificar-se uma melhoria do estado do tempo nas ilhas dos referidos grupos".
O furacão 'Alex' é o primeiro fenómeno meteorológico desta natureza a acontecer no mês de janeiro em quase 80 anos, de acordo com meteorologistas norte-americanos, motivando a emissão de avisos vermelhos para vento, agitação marítima e chuva para os dois grupos, que vigoram até ao início da tarde.
O aviso vermelho é o mais grave numa escala de quatro e representa uma situação meteorológica de risco extremo.
Reprogramação de voos
Mais de 700 passageiros estão abrangidos pela reprogramação de 33 voos da transportadora aérea SATA, que se mantém prevista para a tarde desta sexta-feira, período em que já não são expectáveis os efeitos do furação.
Segundo o porta-voz da empresa pública, António Portugal, "não existe nenhuma alteração na reprogramação dos voos", que abrange um total de 721 passageiros, mantendo-se a previsão de que a operação se inicie a partir das 13h00 (mais uma hora em Lisboa).
Assim, ao longo da tarde deverão ser feitos 31 voos da SATA Air Açores, que assegura as ligações entre as ilhas do arquipélago dos Açores, com um total de 430 passageiros, e mais dois voos da SATA Internacional, Boston-Terceira e Terceira-Lisboa, com 209 e 82 passageiros, respetivamente.
Na quinta-feira, a companhia aérea açoriana SATA informou que não realizava durante a manhã de hoje voos que tinha agendado entre as ilhas dos Açores devido ao mau tempo, tendo reprogramado estas ligações para o início da tarde.
Entretanto, a Atlânticoline, empresa pública de transporte marítimo de passageiros e viaturas, informou que foi cancelada a viagem prevista para esta manhã na linha verde, entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge.
Ruas desertas
Em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, uma das que deverão mais afetadas pela passagem do furacão 'Alex' nos Açores, as ruas do centro histórico estavam praticamente desertas a poucos minutos da abertura das lojas.
Com escolas e serviços públicos encerrados, quase só se deslocavam à cidade os funcionários das lojas e empresas que decidiram abrir portas.
Num dos mais antigos cafés da cidade, em pleno centro histórico, às 08h30, estavam apenas três clientes.
Segundo Lina Cunha, proprietária do espaço, num dia normal o café estaria cheio, até porque são os minutos antes da entrada ao serviço que trazem mais clientes.
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