"Basta um médico ter mais formação para que isso se reflita em centenas de doentes", diz Hugo Rodrigues.
Um grupo de 11 médicos portugueses segue no sábado para um intercâmbio de formação em Moçambique, onde querem formar clínicos e desenhar uma rede de cuidados paliativos e unidades de dor que possa responder às necessidades daquele país.
"Basta um médico ter mais formação para que isso se reflita em centenas de doentes", contou à Lusa Hugo Rodrigues, fundador da Iniciativa Médica 3M (IM3M) que, a convite do Hospital Central de Maputo, em Moçambique, promove, durante uma semana, o Curso de Formação em Geriatria, Dor e Cuidados Paliativos.
Atualmente formada por 13 médicos de sete especialidades diferentes, a IM3M, que não tem sede, não é coletada e não tem fins lucrativos, nasceu em 2018 quando o médico Hugo Ribeiro, então a acabar a especialidade em Medicina Familiar, foi "desafiado por amigos a dar formação" na sua área de predileção: os cuidados paliativos e a geriatria.
Este ano, e depois de 900 horas de formação dadas em Portugal, em mais de 30 cursos direcionados essencialmente para médicos, chegou o convite do Hospital Central de Maputo para a IM3M: "três M porque são três medicinas que são descuradas: medicina da dor, geriatria a cuidados paliativos".
Ao longo de uma semana, uma equipa de 11 médicos portugueses, de especialidades como Anestesiologia, Medicina Geral e Familiar, Medicina Interna, Cirurgia Vascular, Medicina Física e de Reabilitação, Reumatologia estará em Maputo para, numa abordagem teórico-prática e multidisciplinar, promover a troca de experiências e o intercâmbio de protocolos de atuação na área da dor e cuidados paliativos junto de 50 clínicos.
Um dos grandes objetivos é o de "deixar um desenho de uma rede de cuidados paliativos e unidades de dor que possam fazer sentido para o país", explicou o também médico coordenador da Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos de Vila Nova de Gaia.
Segundo este clínico, se em Portugal o controlo de sintomas e a terapêutica do doente em final de vida sempre foram descurados, e só agora se começa a dar atenção aos cuidados paliativos, nos países mais pobres, a situação é ainda pior.
Uma das grandes dificuldades dos países africanos, relatou, é reter medicação para a dor, razão pela qual espera que esta iniciativa, financiada pela IM3M, seja uma chamada de atenção para que a sua resolução, quer por ajuda da União Europeia, quer por outras entidades internacionais.
O curso, já esgotado, inclui ainda uma reunião com os Diretores de Serviço do Hospital Central de Maputo e sessões temáticas a serem repetidas por diversas especialidades como "As grandes síndromes geriátricas e a farmacologia do envelhecimento", "Os Cuidados Paliativos em especialidades cirúrgicas", "Abordagem terapêutica da dor aguda", "Abordagem terapêutica da dor crónica e oncológica", "Controlo de Sintomas", "Os Cuidadores e o Luto".
Terminada a formação em Moçambique, a IM3M tem já um convite para Cabo Verde no próximo ano.
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