"Não me parece normal que uma cidade como Lisboa, com um orçamento de mil milhões de euros, não consiga reformular estes prédios", frisou o social-democrata.
O cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, observou esta terça-feira vários prédios devolutos de propriedade municipal na freguesia lisboeta de Arroios, situação que considerou "inaceitável", defendendo a prioridade na reabilitação para renda acessível.
Começando pela Rua Santa Bárbara, passando pelo Campo dos Mártires da Pátria e terminando na Rua de São Lázaro, o social-democrata Carlos Moedas constatou o problema dos prédios devolutos que são propriedade da Câmara de Lisboa e, durante o percurso, foi abordado por dois moradores, um que se queixou da ocupação ilegal destes imóveis e outro que reclamou do aumento do preço da rendas.
Quando viu da sua janela a comitiva da coligação "Novos Tempos", Jaime Simões, de 78 anos, correu para a rua para dizer que as casas devolutas, ainda que estejam emparedadas, "têm sido ocupadas", inclusive chegam a estar "mais de 20 pessoas", mas "ninguém fiscaliza" e as reclamações à Câmara continuam sem resposta.
"Vamos mudar isso, é tanto prédio devoluto que podíamos estar a fazer coisas", afirmou Carlos Moedas, recebendo como resposta deste morador: "oxalá que a gente acabe com os socialistas".
O candidato da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança à presidência da Câmara de Lisboa classificou como "muito grave" a falta de resposta aos prédios devolutos e acusou o atual executivo municipal, presidido pelo socialista Fernando Medina, que se recandidata ao cargo pela coligação PS/Livre, de esconder a dimensão do problema.
"Fernando Medina escondeu esses números durante esta campanha, foi confrontado várias vezes e nunca conseguiu dizer exatamente o número de prédios devolutos", disse Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas, referindo que a estimativa que dispõe aponta para "mais de 2.000 fogos devolutos em Lisboa que são património da Câmara Municipal de Lisboa".
A candidatura "Novos Tempos" propõe a requalificação dos prédios devolutos de propriedade municipal e a disponibilização das casas no programa de renda acessível, inclusive para criar "uma malha social mais equilibrada", apontou o social-democrata, reforçando que a prioridade na habitação é, também, nos bairros municipais geridos pela Gebalis.
"Não me parece normal que uma cidade como Lisboa, com um orçamento de mil milhões de euros, não consiga, realmente, reformular estes prédios, que estão completamente a cair, que estão por toda a cidade", frisou o candidato, explicando que tal implica "acelerar" o licenciamento na Câmara Municipal, que hoje "não funciona" e afeta também a reabilitação da propriedade privada.
O ex-comissário europeu Carlos Moedas criticou a governação de Fernando Medina, falando em "estagnação nos serviços" e "incompetência", e assumiu o desafio de mudar a gestão municipal: "eu geri um orçamento na União Europeia que correspondia a dez vezes o da Câmara Municipal de Lisboa e o meu orçamento era executado a 100% todos os anos, isso é boa gestão. A Câmara Municipal de Lisboa tem taxas de execução do seu próprio investimento [orçamento] abaixo dos 50%, isso é má gestão, é péssimo para a cidade, é um presidente da Câmara que não sabe gerir".
O social-democrata realçou que o programa de renda acessível "foi o maior falhanço de Fernando Medina, prometeu 6.000 fogos, sem fazer nada e agora tem o topete de vir dizer que vai fazer 5.000, isto é brincar com as pessoas".
Sobre a ocupação ilegal de casas, o candidato da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança considerou que "não é admissível", ainda que se perceba a "revolta das pessoas" quando veem prédios abandonados "há 20 anos, em que nada foi feito", classificando como "erradíssimo" o apoio de vereadores que integram o mandato de Fernando Medina a estas ocupações, referindo-se ao BE.
Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa, no próximo domingo, Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).
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