Líder do PSP fala de "tiques de autoritarismo", Cristas pede cabeça de Azeredo. BE quer "esclarecimento cabal".
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O líder do PSD acusa o Governo de "tiques de autoritarismo" por ocultar ao parlamento informações sobre o furto de material de guerra em Tancos e questionou se o Presidente da República está a par do relatório divulgado este sábado.
À margem de um almoço de apoio ao candidato do partido à Câmara Municipal de Marco de Canaveses, José Mota, Pedro Passos Coelho referiu-se ao relatório dos serviços de informações militares noticiado pelo Expresso sobre o furto de armas em Tancos que, segundo o jornal, "arrasa ministro e militares".
"Não sei se o senhor Presidente da República está a par do que se passa, mas o parlamento não sabe de nada, temos de comprar o Expresso ao sábado para saber o que se passa com o Orçamento, para saber o que passa com os paióis militares, para termos as notícias que o Governo tem a obrigação de prestar ao parlamento?", questionou.
Passos Coelho lembrou que também já pediu publicamente ao governo a divulgação do relatório do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sobre a alteração à lei da imigração, até agora sem resposta.
"Viram-no? Eu ainda não vi. Este Governo tem tiques de autoritarismo, é este o nome que temos de dar a estes comportamentos", acusou, defendendo que o Governo tem de prestar informação ao parlamento sobre matérias graves como as que citou.
Para o líder social-democrata, "o Governo, a começar no primeiro-ministro e a acabar nos ministros, ocultam informação que têm e pelos vistos ainda dão ralhetes" a deputados no parlamento, referindo-se a uma parte da notícia do Expresso, segundo a qual António Costa teria admoestado os deputados socialistas da Comissão de Defesa por não terem defendido o ministro Azeredo Lopes.
A este propósito, Passos Coelho lamentou que os partidos que apoiam o Governo "se ouçam tão fininho".
"Se tivesse acontecido num governo PSD teria havido uma gritaria enorme. Que diferença, que diferença", lamentou.
Passos Coelho salientou que o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, já deu entrevistas, já foi ao parlamento, mas ainda não esclareceu o que se passou com o furto de material de guerra em Tancos há mais de dois meses.
"Numa coisa grave para a segurança do país, da Europa, o ministro ou desconversa ou não diz nada", criticou Passos Coelho, estendendo ao resto do Governo a acusação de "desrespeitar" a Assembleia da República e contrapondo que, quando era ele próprio primeiro-ministro, "ia ao parlamento prestar contas".
Passos Coelho lembrou que a Presidência da República é "um órgão de soberania com um papel relevante em matéria de defesa nacional", questionando se Marcelo Rebelo de Sousa está a par do relatório que deixa "graves acusações quer ao poder político, quer à própria instituição".
Cristas volta a pedir a cabeça do ministro da Defesa
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse este sábado que o ministro da Defesa "não esteve à altura das suas responsabilidades" e "do cargo que desempenha" no caso do desaparecimento de armas de guerra em Tancos.
"Este relatório vem confirmar aquilo que foi sempre a preocupação e a linha do CDS, quando afirmou que o ministro da Defesa não esteve à altura do seu lugar e das suas responsabilidades", afirmou aos jornalistas Assunção Cristas, adiantando que o partido "não mudou de opinião" quanto à demissão de Azeredo Lopes, que "naturalmente tem de ser responsabilizado por esta situação".
O relatório refere que o ministro atuou com grande "ligeireza, quase imprudente", sendo-lhe apontadas "declarações arriscadas e de intenções duvidosas" e uma "atitude de arrogância cínica" na condução de todo o processo.
"Este relatório parece confirmar que este caso foi tratado com uma imensa ligeireza, com uma grande falta de responsabilidade e com uma grande incapacidade de reação ao nível que seria exigível e desejável para um estado de direito que é Portugal", sustentou Assunção Cristas.
Para a presidente do CDS-PP, este episódio "é muito grave", foi "profundamente desvalorizado" e precisa de um apuramento das responsabilidades a todos os níveis, nomeadamente ao nível político.
Bloco de esquerda pede "esclarecimento cabal"
A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou este sábado que continua "a aguardar esclarecimentos cabais do Governo" sobre o furto de armas em Tancos, mas escusou-se a comentar o relatório dos serviços informações militares sobre o caso.
"Como compreende eu não posso comentar um relatório que não conheço. O relatório é secreto, é dos serviços de informações, há notícias sobre o relatório, mas nós não conhecemos o relatório. Sobre essa matéria não posso dizer absolutamente nada", respondeu Catarina Martins aos jornalistas durante uma ação de campanha autárquica em Amarante, distrito do Porto.
O BE continua, de acordo com a líder, "a aguardar esclarecimentos cabais do Governo" e insiste que "todas as consequências devem ser retiradas", até porque "ainda está muito por esclarecer".
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