A peça em que menina Júlia escapa à morte
Tiago Rodrigues reescreveu ‘A Menina Júlia’, de Strindberg, dando-lhe um final feliz.
Cento e trinta anos depois de Strindberg ter escrito ‘A Menina Júlia’, Tiago Rodrigues decidiu reescrever a história e dar à personagem trágica um final feliz... ou quase.
Em ‘Um Outro Fim para a Menina Júlia’, em vez do suicídio há vida após uma noite de sexo com o criado. Júlia não se mata, mas foge com João e casa com ele.
O encenador diz que a peça não era "um texto de cabeceira", mas que lhe apeteceu responder a um desafio lançado por uma atriz: "Será que não poderia haver outro fim para a menina Júlia?"
"No tempo de Strindberg podia parecer inevitável que Júlia se matasse. Hoje não o é. E podemos retirar essa hipótese de cima da mesa", explica Tiago Rodrigues, que vai manter a peça em cena na Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, até dia 24.
Trinta e dois anos depois da fuga, encontramos Júlia e João como donos de um pequeno hotel à beira de uma estação de comboio. Comem presunto, bebem vinho, conversam... A ideia de "uma felicidade de pantufas" que o encenador quis criar em cena.
"Tenho profundo carinho por este casal. A felicidade conjugal nunca é avassaladora, mas quero deixar ao público o julgamento final: será que eles são mesmo felizes? Cada espectador interpretará à sua maneira", afirma.
PORMENORES
Raízes do teatro moderno
A estreia de ‘A Menina Júlia’, em 1889, elevou o sueco August Strindberg a precursor do teatro moderno, ao percorrer temas como a luta de classes e de sexos na véspera do século XX.
Residentes e novos atores
Paula Mora, Lúcia Maria e Manuel Coelho, atores residentes do Teatro Nacional D. Maria II, juntam-se a um jovem elenco constituído por Helena Caldeira, Inês Dias e Vicente Wallenstein.
Em cena até dia 24
Peça estará em cena até dia 24, com sessões de quarta a domingo. Bilhetes custam 11 euros.
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