Arte urbana apaga-se sem ninguém impedir

Responsável camarário pela área diz que a destruição deste tipo de património é inevitável.

16 de fevereiro de 2017 às 01:30
Arte urbana, Alexandre Farto, Departamento do Património Cultural da Câmara de Lisboa, Jorge Ramos de Carvalho, rua de Cascais, avenida da Índia, avenida de Ceuta, artes, cultura e entretenimento, arquitetura, monumentos Foto: João Miguel Rodrigues
Arte urbana, Alexandre Farto, Departamento do Património Cultural da Câmara de Lisboa, Jorge Ramos de Carvalho, rua de Cascais, avenida da Índia, avenida de Ceuta, artes, cultura e entretenimento, arquitetura, monumentos Foto: Direitos Reservados
Arte urbana, Alexandre Farto, Departamento do Património Cultural da Câmara de Lisboa, Jorge Ramos de Carvalho, rua de Cascais, avenida da Índia, avenida de Ceuta, artes, cultura e entretenimento, arquitetura, monumentos Foto: Alexander Silva

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Quem desce a avenida de Ceuta em direção à avenida da Índia, em Lisboa, depara-se com uma obra de Vhils em estado de destruição parcial. Nada que afete o próprio artista, que mantém a postura de sempre: "A arte urbana é, por natureza, efémera", diz Alexandre Farto. Aparece na cidade e muda à medida que esta se vai transformando.

No Departamento do Património Cultural da Câmara de Lisboa (CML), o diretor, Jorge Ramos de Carvalho, subscreve estas palavras, embora admita que tem "pena" de ter visto desaparecer algumas obras.

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Como as intervenções de Vhils em Sete Rios, numa torre de bombeiros que entretanto foi abaixo, ou no lugar onde está a ser construído o novo hospital da CUF, na rua de Cascais. Em tempos, houve aí uma peça com assinatura de Alexandre Farto. Mas impedir a destruição destas obras é missão impossível, até porque a maior parte é feita em propriedade privada.

"Se não permitíssemos aos proprietários que pudessem utilizar o seu património como bem entendem, rapidamente deixaríamos de ter autorização para fazer mais intervenções", justifica o arquiteto.

A CML, que embora não encomende diretamente trabalho aos artistas urbanos apoia a consecução de muitos, só tem uma forma de impedir que o esquecimento total caia sobre estas obras. "Estamos a fazer um inventário das obras e a verter para um site que será apresentado em breve. Para futura memória desta cidade."

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