Carminho dá nova vida a canções de Jobim

A Altice Arena não encheu, mas arrependidos deverão estar aqueles que falharam o concerto que Carminho ofereceu esta quinta-feira na sala de espetáculos lisboeta.

Num dia marcado pela morte de Zé Pedro dos Xutos & Pontapés, que fez questão de homenagear, a fadista fez uma simbiose perfeita entre o novo fado e a bossa nova de Tom Jobim que fazem parte da memória musical canarinha, patentes no disco ‘Carminho Canta Tom Jobim’.

E, em certos momentos da noite, quase pareceu que a lenda da música popular brasileira pairou sobre a sala. Esse tom foi dado pela Banda Nova, que acompanhou Tom Jobim nos últimos dez anos.

‘Sabiá’, ‘O Grande Amor’ e ‘Inútil Paisagem’ dão o tiro de partida para uma noite que se queria mágica. E sem dúvida que foi, com Carminho a mostrar uma enorme versatilidade ou não fosse ela uma das melhore vozes portuguesas do momento.

É com a entrada em cena de Daniel Jobim em ‘Luiza’, no entanto, que lança em definitivo o concerto. O neto de Jobim deu ainda mais cor a uma atuação cheia de emoção contida que ia explodindo de vivacidade.

O concerto não se resumiu apenas à revisita do álbum com que Carminho homenageou Tom Jobim. Temas como ‘Meu Amor Marinheiro’ (com direito a entrada em falso) ou ‘Saudades do Brasil em Portugal’, já em ‘encore’, fizeram uma breve passagem pelos três últimos discos da artista.

O último terço do espetáculo ficou marcado com a subida ao palco de Marisa Monte para acompanhar Carminho em cinco temas. Para além de ‘Estrada do Sol’, que pertence ao último registo da fadista, cantaram ainda ‘Chuva no Mar’ e ‘Vilarejo’, sem esquecer ‘Peixinhos’, canção alinhada no último trabalho de Os Tribalistas’.

Carminho encerra amanhã, no Pavilhão Multiusos de Guimarães, a minidigressão europeia que passou pela Áustria, Suíça, Alemanha, França e Reino Unido. Os preços dos bilhetes variam entre os 15 e os 60 euros.