Dezenas de peças numa só
‘Amor e Informação’ faz o retrato dos relacionamentos na era da tecnologia.
Ana Guiomar aos gritos num concerto dos One Direction? Confirma-se. Mas só no espetáculo de João Lourenço, acabado de estrear no Teatro Aberto, em Lisboa. ‘Amor e Informação’, um texto original de Caryl Churchill, reúne 54 peças curtas que fazem desfilar perante o público situações de um quotidiano cada vez menos ‘normal’.
Entre personagens que se apaixonam por seres virtuais e aquelas que não sabem o que fazer se não tiverem televisão, música ou internet (reconhecem os sintomas?), estes são retratos bem reais do nosso tempo.
Atento às novidades, João Lourenço soube que Caryl Churchill tinha uma peça nova e apressou-se a adquirir os respetivos direitos. Diz que a achou "dificílima de fazer". "O texto não tem personagens, não tem indicações de tempo ou de lugar e deixa tudo em aberto", conta. "Como encenador, decidi partilhar a construção do espetáculo com os atores. Deixei que cada um trouxesse os sentidos que lia no texto para a cena, e da nossa discussão resulta este trabalho."
O espetáculo, interpretado por 13 atores dos 18 aos 70 anos, tem um ritmo alucinante – que desafia a capacidade de entendimento do espectador – e está a ter reações "diversas" do público. "Em poucos dias percebemos que, de uma forma geral, a malta nova acha que a vida é ‘mesmo assim’, enquanto os menos jovens parecem relutantes em aceitar este desafio", adianta o encenador.
Os bilhetes custam 15 euros, sujeitos a descontos.
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