Espanha reclama circum-navegação de Magalhães

Real Academia de História do país vizinho publicou relatório que afirma que viagem em torno da Terra é um projeto “exclusivamente” espanhol.

11 de março de 2019 às 01:30
Embarcação da época em que Magalhães empreendeu a viagem inaugural à volta da Terra Foto: Direitos Reservados
Retrato de Fernão de Magalhães, que morreria antes de concluir o seu grande sonho Foto: Direitos Reservados

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A Real Academia de História de Espanha considera que a primeira viagem de circum-navegação da Terra – iniciada por Fernão de Magalhães em 1519 e terminada em 1522 por Juan Sebastián Elcano (já depois da morte de Magalhães, em 1521) – é, afinal, um projeto total e exclusivamente espanhol. Isto porque as custas do empreendimento foram pagas pela corte de D. Carlos V, rei de Castela.

Num relatório publicado este domingo na sua página da internet, a instituição pretende assim colocar um ponto final na polémica suscitada por Portugal, quando, no final do verão passado, anunciou a criação de uma comissão para as Comemorações do V Centenário da Circum-navegação comandada por Fernão de Magalhães e a intenção de apresentar a candidatura da Rota de Magalhães a Património Cultural da Humanidade.

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Os historiadores espanhóis reagiram de imediato, reclamando que Espanha não poderia ser excluída desta candidatura e, a 23 de janeiro, os chefes da diplomacia de Portugal e de Espanha anunciaram, em Madrid, a apresentação de uma candidatura conjunta, depois de "dissipadas todas as dúvidas".

No documento agora tornado público, a Real Academia espanhola acrescenta que "pretende evitar que a comemoração [dos 500 anos da viagem] se converta numa fonte de divisão entre os dois países vizinhos".

O CM tentou obter uma reação por parte do Ministério da Cultura, mas até à hora de fecho desta edição, tal não foi possível.

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