Morreu a musa italiana que seduziu o cinema
Claudia Cardinale trabalhou com Leone, Fellini, Visconti e Oliveira. Tinha 87 anos.
No país das divas, a beleza trigueira e a voz rouca de Claudia Cardinale elevaram-na, a par de Sophia Loren, Anna Magnani ou Monica Vitti, ao topo da fama na idade de ouro do cinema italiano. Rodou com os maiores cineastas e, numa carreira iniciada há 70 anos, participou em alguns dos mais premiados clássicos. Seja como a companheira de valsa de Burt Lancaster e Alain Delon em ‘O Leopardo’ (1963), de Luchino Visconti; a musa de ‘8 1/2’ (1963), de Federico Fellini; a princesa da comédia ‘A Pantera Cor de Rosa’ (1963), de Blake Edwards; ou Jill, a mulher entre homens de ‘Aconteceu no Oeste’ (1968), de Sergio Leone. Em 2012, filmou com Manoel de Oliveira o filme ‘O Gebo e a Sombra’.
Nascida em Tunes (Tunísia), filha de sicilianos, Claudia Cardinale chegou a Itália aos 18 anos, após vencer um concurso de beleza. O cinema descobriu-a e tornou-a uma das suas mais luminosas estrelas. Morreu na terça-feira, aos 87 anos, na sua casa perto de Paris (França). “Deixa-nos o legado de mulher livre e inspirada”, afirmou o seu agente, Laurent Savry.
Um segredo para esconder violação
Cardinale deixa dois filhos, mas o primeiro foi fruto de uma violação. Patrick nasceu quando a atriz tinha 19 anos e, com o apoio dos pais, fê-lo passar por irmão até aos 8 anos para evitar o escândalo. Era viúva do realizador Pasquale Squitieri, com quem esteve 42 anos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt