Ucrânia pode ser expulsa da Eurovisão se proibir entrada de cantora russa
País organizador do festival quer impedir a entrada de Yuliya Samoylova.
A Ucrânia pode ficar de fora das próximas edições da Eurovisão se insistir em proibir a entrada em solo ucraniano da concorrente russa a este evento musical.
Este medida da União Europeia da Radiotelevisão (UER) surge depois de um comunicado emitido pela televisão pública ucraniana, que adiantou que a russa Yuliya Samoilova não pode entrar no seu território.
O serviço de informação ucraniano (SBU) proibiu, na quarta-feira, a entrada de Yuliya Samoilova na Ucrânia por três anos, acusando-a de ter realizado um concerto em junho de 2015 na Crimeia, cerca de um ano após a anexação da península ucraniana pela Rússia.
Ingrid Deltenre, diretora-geral da UER, disse, numa mensagem direcionada ao primeiro-ministro ucraniano, Volodymyr Groysman, que esta decisão terá "um profundo impacto negativo na reputação internacional" do país enquanto "nação europeia moderna e democrática".
"A situação está a gerar fúria entre os nossos membros e recebemos comunicados a criticar a decisão e a considerar retirarem-se do evento", refere Deltenre.
A cantora de 27 anos, que possui uma deficiência e usa uma cadeira de rodas, não compreende como o Governo ucraniano pode considerá-la uma ameaça.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, declarou que a responsabilidade desta decisão ficará "na consciência dos organizadores" na Ucrânia, segunda a agência de notícias Interfax.
Yuliya Samoilova foi selecionada em 12 de março e iria interpretar na Eurovisão uma balada romântica intitulada 'Uma Chama Queima'.
O Festival Eurovisão da Canção é regularmente abalado por tensões políticas. A Rússia e a Ucrânia estão em conflito desde a anexação da Crimeia, em 2014, seguido por um conflito armado no leste da Ucrânia entre Kiev e as forças separatistas pró-russas que já deixou mais de 10.000 mortos.
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