A edição de hoje
Atriz contracenou com António Vilar e esteve em Portugal a promover o filme 'A Mulher e o Fantoche'. "Adoro Portugal", disse na altura, confessando que na década de 1950 já tinha visitado o nosso país
A atriz francesa Brigitte Bardot, que morreu este domingo aos 91 anos, fez pelo menos duas visitas a Portugal. Numa delas, em 1960, esteve no nosso País a promover o filme em que contracenou com o ator António Vilar, o único português que teve a diva nos braços.
Em março de 1960 aterrou em Lisboa e foi recebida por uma multidão. Tratou-se de uma curta estadia de dois dias a propósito da estreia do filme 'La Femme et le Pantin' ('A Mulher e o Fantoche'), do realizador Julian Duvivier, onde contracenou com o ator português António Vilar, que serviu de cicerone nesta visita.
No aeroporto de Lisboa, onde chegou na companhia do marido, o também ator Jacques Charrier, e mais tarde à porta do Hotel Ritz, onde ficou hospedada, e pelos vários eventos por onde passou, centenas de pessoas juntaram-se para ver a diva e tentar obter um autógrafo, num clima apoteótico.
José Fialho Gouveia, na altura jornalista da RTP, teve honras de a entrevistar. E foi durante esta conversa que a atriz francesa revelou que não era a primeira vez que estava no nosso País. "Adoro Portugal. Estive aqui há nove anos, em Lisboa e na Madeira. E sempre quis cá voltar", referiu, confessando que nessa ocasião também já tinha estado na Nazaré.
Sempre com respostas curtas, Brigitte Bardot agradeceu a receção calorosa, tantos nos eventos como nas ruas e no aeroporto, e mostrou-se "honrada" com o reconhecimento público das pessoas.
Quando José Fialho Gouveia lhe perguntou qual o sentimento de ser idolatrada como Marlene Dietrich na década de 1930, a atriz mais uma vez sentiu-se honrada com a comparação e disse que gostava daí a 25 anos ter a mesma projeção da cantora e atriz alemã, acrescentando sentir-se realizada e uma mulher feliz.
O ator português António Vilar contracenou com Brigitte Bardot em 'La Femme et le Pantin' ('A Mulher e o Fantoche'), estreado em 1959. E pode dizer-se que foi o único ator português a ter a atriz nos braços durante as filmagens.
O filme contava a história de um homem rico (Mateo Diaz, interpretado por Vilar) que, apesar de casado, começa a perseguir Eva Marchand (Brigitte Bardot), mas esta não respondia às suas investidas.
Anos mais tarde, numa entrevista, Briggite Bardot confessou que embora a equipa chamasse o diretor Julien Duvivier de 'Dudu', o clima durante as gravações era tóxico e pouco harmonioso.
António Vilar foi um ator e produtor português, famoso por interpretar papéis de galã, que teve uma carreira internacional, sobretudo em Espanha.
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