José Pedro Gomes é um padre alcoólico, um africano mafioso, um velho rezingão, um proxeneta brasileiro e um homem apaixonado por uma jovem boazona que só quer o dinheiro dele. Tudo isto, e muito mais, no espetáculo ‘Estamos Todos’, que Adriano Luz dirigiu e está a apresentar no Auditório dos Oceanos, no Casino Lisboa. A peça, encomendada pela produtora UAU à escritora Luísa Costa Gomes, conta as aventuras de Teodoro, um ‘totó’ a caminho do altar.
O ator diz que o texto "é muito bom", embora reconheça a dificuldade de estar constantemente a entrar e sair de cena, sempre com uma personagem diferente. "A Luísa Costa Gomes escreve muito bem para teatro e qualquer ator gostaria de fazer isto, mas não posso dizer que é fácil, porque não é..."
Entre as sete personagens a que dá corpo em apenas hora e meia, José Pedro Gomes tem preferências. "Uma das que mais gosto de interpretar é o velho rezingão", conta. "Mas também gosto do padre... O mais difícil é o brasileiro, por ter de manter o sotaque tanto tempo."
O espetáculo, que não tem propriamente uma história – antes uma sequência de peripécias – envolve um rapto, um casamento desfeito e uma cena de pancadaria, e deixa o público de boca aberta, dado o rocambolesco da ação. O protagonista diz que tem sido, desde a estreia, um "grande prazer" partilhar o trabalho com os espectadores.
"Além do gozo que foi voltar a ser dirigido pelo Adriano [Luz], que tem sempre boas ideias para nos orientar em cena, o público tem reagido tão bem ao espetáculo que me dá imenso prazer fazer a peça", admite. Para ver de quinta a domingo.