Espaço lendário de Liverpool está a perder mais de 33 mil euros por semana e pode não sobreviver à crise pandémica.
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É mais uma das vítimas silenciosas do impacto que a pandemia do coronavírus está a ter na vida cultural do Reino Unido. O mítico The Cavern Club, onde os The Beatles deram os primeiros concertos de uma carreira ímpar na música pop/rock mundial, está em sérios riscos de fechar as portas.
Desde o início da crise pandémica no país, a lendária sala de espetáculos de Liverpool está a sofrer perdas financeiras superiores a 33 mil euros por semana.
The Cavern Club prepara-se agora para reabrir, depois do encerramento obrigatório que o confinamento obrigou, seguindo as regras de distanciamento social impostas pelas autoridades sanitárias do país.
Recorde-se que desde o último sábado que os espaços de diversão estão autorizados a reabrir, mas limitados a um terço da sua capacidade.
Ao diário The Liverpool Echo, Bill Heckle, diretor da lendária sala de concertos, explicou que, "há alguns anos, decidimos poupar o máximo possível para um dia de chuva, sem percebermos que seria uma tempestade!".
Com pouco mais de 1,5 milhões de euros "guardados" no banco quando a pandemia atacou a Europa há meio ano, a poupança viu-se reduzida a metade com o encerramento obrigatório das salas de espetáculos.
"Já despedimos cerca de duas dezenas de pessoas", acrescentou o responsável, " e acreditamos que mais 20 serão dispensadas nas próximas semanas".
Embora haja esperanças que o The Cavern Club possa aceder aos fundos de apoio ao setor cultural instituídos pelo governo de Boris Johnson, a reabertura do espaço, limitada a 30% da sua capacidade, não é economicamente viável.
Em julho, mais de 1.500 artistas e personalidades ligadas à indústria musical britânica lançaram a petição #LetTheMusicPlay, pedindo ao governo que trave os "danos catastróficos" que a pandemia do Covid-19 está a travar ao setor.
Em resposta, o governo do Reino Unido revelou planos para uma injeção de dinheiro sem precedentes – mais de 1,7 mil milhões de euros – para ajudar as indústrias das artes, cultura e património a sobreviverem à crise pandémica.
Cavern Club marcante no pop/rock britânico
Nascido no número 10 da Matthew Street, a 16 de janeiro de 1957, como um clube de jazz, The Cavern Club depressa se tornou um dos espaços mais marcantes da vida cultural de Liverpool.
No início dos anos 60, o espaço associou-se ao movimento musical Mersey Beat, sendo o espaço privilegiado para os concertos dos The Beatles nos seus primeiros anos de carreira.
Contudo, antes do final da década de 50, já três quartos da formação do grupo dos The Fab Four tinham atuado naquela sala, sob a designação The Quarrymen, projeto criado por John Lennon, que mais tarde acolheu Paul McCartney e George Harrison.
Já como The Beatles, a estreia no The Cavern Club aconteceu a 9 de fevereiro de 1961, depois dos brilhantes concertos que o quarteto maravilha deu em Hamburgo.
Foi naquela mesma sala que Brian Epstein os viu pela primeira vez, a 9 de novembro do mesmo ano. Seguiram-se vários concertos até o empresário lhes oferecer um contrato para gerir a carreira da banda.
Foi também ele que conseguiu o primeiro contrato discográfico do grupo com a Parlophone, com o primeiro ‘single’ ‘Love Me Do’ a ser editado a 5 de outubro de 1962.
O espaço acolheu ainda outros projetos musicais como The Rolling Stones, The Yardbirds, The Hollies, The Kinks, Elton John, Black Sabbath, Queen, The Who e John Lee Hooker, entre dezenas e dezenas de outros grupos míticos.
The Cavern Club fechou e reabriu várias vezes ao longo da sua história mas, se o número das portas mudavam, a sala nunca saiu da Matthew Street.
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