Celebrações iniciaram-se no dia 01 de julho e até ao final deste ano realizam-se concertos.
O programa de celebração do centenário de Amália Rodrigues, que se assinala este ano, prossegue em 2021 com exposições, conferências e um colóquio, foi hoje anunciado.
As celebrações iniciaram-se no dia 01 de julho, e até ao final deste ano realizam-se concertos com Camané, Ana Moura e Ricardo Ribeiro, entre outros, celebram-se os 100 anos de Joel Pina, que foi viola-baixo de Amália, e tem lugar o musical "100 Amália", entre outros eventos.
A programação celebrativa prossegue em 2021 com três exposições comissariadas por José Manuel dos Santos e Frederico Santiago, nos museus do Fado, do Teatro e da Dança e no Panteão Nacional para além de uma outra no Museu do Traje, também em Lisboa.
Em março, no dia 21, é inaugurada no Museu do Fado a exposição "Amália Fado" e, quatro dias depois, a mostra "Amália Palco", no Museu Nacional do Teatro e da Dança, que também recebeu uma mostra sobre fadista nos seus 50 anos de carreira, em 1989.
Amália Rodrigues estreou-se em 1941 no teatro de revista em "Ora Vai tu" e nesse mesmo ano, dado o sucesso de bilheteira, em "Espera de Toiros", seguindo-se "Essa é que é Essa" (1942) e "Boa Nova" (1942).
"Espanta o público ao cantar, além de fados, canções em inglês impecável, e castiços flamencos", na revista "Alerta Está!", como escreveu o Diário de Notícias de 25 de abril de 1945.
A crítica do matutino garantia que Amália apresentava "condições invulgares para o teatro ligeiro e a revista" e demonstrou em "Alerta Está!" que "não é só uma fadista de raça", referindo que foi três vezes a palco interpretar canções do repertório da espanhola Imperio Argentina (1910-2003) que, segundo o jornal, considerou que "não as cantava melhor que Amália".
Participou ainda em "Viva da Costa" e "Estás na Lua", que foi o seu maior sucesso. Entretanto, em 1945, partiu para o Brasil com uma revista concebida para si, deixando os palcos da revista em 1947, em "Se Aquilo que a Gente Sente".
O investigador e historiador de teatro Luiz Francisco Rebello escreveu que "a qualidade que ela trouxera ao fado era extensiva à revista".
Amália Rodrigues participou ainda em operetas, como "Mouraria" e em 1955 protagonizou a peça "A Severa", de Júlio Dantas, ao lado de Paulo Renato, Mário Pereira, Madalena Sotto, Santos Carvalho e Ruy de Carvalho. Na televisão, em 1968, foi "A Sapateira Prodigiosa", de Lorca, ao lado de Varela Silva e Fernanda Borsatti, numa realização de Fernando Frazão.
Aos palcos, escreveu Rebello, Amália trouxe "o seu espantoso poder de sugestão e esse ar tragédia viva e vivida que se advinha no seu olhar magoado e nostálgico".
Também no dia 25 de março, nas no Museu do Traje, inaugura a exposição "Vestir, Desenhar e Pintar o Fado Amália", de Paulo Azenha
Completando a tríade que inclui "Amália Fado" e "Amália Palco", é inaugurada a exposição "Amália Negro", no dia 31 de março, no Panteão Nacional, onde a fadista e poetisa se encontra sepultada desde 2001.
Amália escreveu vários poemas e foi ela própria o poeta que mais gravou, apesar da sua preferência por David Mourão-Ferreira, como afirmou em várias entrevistas. O álbum "Gostava de Ser Quem Era" (1980) é inteiramente preenchido por poemas seus.
"Estranha Forma de Vida", "Lava no Rio Lavava", "Ai, Maria", "Amor de Mel , Amor de Fel" foram alguns dos seus poemas que gravou.
"Promovendo a investigação científica pluridisciplinar em torno da obra de Amália Rodrigues, com o enfoque na reflexão crítica sobre as múltiplas dimensões da sua biografia artística", em abril do próximo ano realiza-se o colóquio "Pensar Amália", numa parceria entre a Universidade Nova de Lisboa e o Museu do Fado.
A 10 de junho de 2021, Dia de Portugal, realiza-se "100 Músicos para Amália" com direção artística do guitarrista Pedro de Castro.
A organização refere que Amália foi uma "artista plural" que "interpretou repertórios musicais de geografias distintas", e este concerto irá incluir 100 músicos de "diferentes áreas musicais - da música erudita ao jazz, do fado ao flamenco, da canção francesa e italiana à bossa nova e ao folclore", que vão interpretar "o legado de Amália Rodrigues".
Na noite de Santo António, em 12 de junho do próximo ano, Amália Rodrigues será o tema da Grande Marcha de Lisboa e do desfile das marchas na Avenida da Liberdade.
Ainda na sua cidade, nos meses de junho e julho, é apresentado na Praça do Comércio, um espetáculo de "'videomapping' imersivo a 270 graus".
Toda a programação está disponível em http://centenarioamaliarodrigues.pt.
Amália Rodrigues(1920-2020) protagonizou a mais fulgurante carreira musical do século XX em Portugal.
O escritor Miguel Esteves Cardoso e o editor discográfico David Ferreira, justificaram à Lusa este êxito, dentro e além fronteiras, como revelador da sua voz e da "inteligência com que Amália cantava".
A fadista nasceu, oficialmente, a 23 de julho de 1920, em Lisboa, no seio de uma família originária da Beira Baixa.
Em julho de 1939 um dos títulos da imprensa fadista noticiou que Amália da Piedade Rodrigues acabara de obter a carteira profissional, tornando-se oficialmente fadista.
A menina que aos 15 anos brilhara na marcha de Alcântara, e desde logo chamara a atenção, passava a fazer parte do elenco de uma das mais prestigiadas casas de fado: o Retiro da Severa, rampa de lançamento do mais internacional nome do fado.
Amália Rodrigues morreu em 06 de outubro de 1999.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.