Represas: "Fundamental é crer no que faço"

CM – Como caracteriza ‘Tratamento Acústico’, o seu novo álbum, que chega hoje às lojas?

Luís Represas – É o primeiro disco que faço sob este conceito. Não é apenas pelo facto de ser acústico, mas muito mais por tocar as minhas canções no seu formato original.

Luís Represas revelado em versão íntima

Raquel Tavares estreia álbum em festival

– O que se propôs atingir com este CD duplo e DVD ao vivo do concerto dado no Centro Cultural de Belém em outubro de 2014?

– Quis que as minhas canções saíssem da sua zona de conforto e passassem para um universo acústico. Quando se é acompanhado em palco por um piano e um contrabaixo, há um maior grau de exigência na maneira como os temas são cantados.

– Como é que as suas canções cresceram nesse concerto?

– Acima de tudo, obrigou-me a encarar os temas novos (e os mais antigos) de uma forma diferente. Permitiu-me torná-los mais transparentes e mais regulados, de maneira a chegarem a um maior número de pessoas.

– O moçambicano Stewart Sukuma e o fadista Ricardo Ribeiro foram os seus dois convidados especiais neste concerto. Como é que eles enriqueceram o espetáculo?

– Estava na expectativa para ver o que iria acontecer. Para mim, foi fantástico ver o Stewart Sukuma a cantar canções como ‘Batata Doce’ ou ‘Papalati’ apenas acompanhado por dois instrumentos. Já o Ricardo Ribeiro, que é um fadista profundo, foi uma surpresa vê-lo acompanhado por músicos que não estão dentro do imaginário que ele canta.

– Acredita que o disco será também uma forma de chegar a novos públicos?

– Nós, músicos, ansiamos sempre por alargar o nosso auditório. Fundamental é eu crer naquilo que faço.

– E novos projetos, há algo que esteja já na calha?

– O meu trabalho na música tem sido feito de uma forma permanente. Há coisas que estão a acontecer, parcerias que estão a formar-se... Estou em crer que, brevemente, haverá coisas novas que para mim serão muito aliciantes e absorventes.