A edição de hoje
Fábio Powers estreia 'O Velho e a Espada' nas salas.
Assume-se como um filme de série B e foi feito com dinheiro tirado do bolso do próprio realizador, mas no espaço de um ano já esteve presente em mais de 100 festivais internacionais de cinema e arrecadou 30 prémios – “a grande maioria atribuídos pelo público”. Agora está nas salas nacionais – mas provavelmente por pouco tempo, porque “o público português ainda tem muita resistência aos filmes feitos cá”. ‘O Velho e a Espada’, de Fábio Powers, é um filme sonhado quando o criador tinha 19 anos, rodado quando tinha 29, estreado aos 34 anos. Chega ao circuito comercial quando Fábio Powers tem 35 e oferece-se como uma homenagem dupla: ao cinema de série B; e ao ator principal, entretanto falecido.
“O António [Luz] era quase família, para mim. Era um homem que tinha problemas de álcool, aquela figura típica dos pequenos espaços – há sempre um bêbedo na aldeia”, recorda Fábio Powers ao CM. “Ele sabia que eu estudava cinema e estava sempre a perguntar-me: Olha lá, quando é que fazemos um filme juntos?”
‘O Velho e a Espada’ é a resposta a esse desafio, um filme de fantasia que encerra uma história mirabolante, com demónios a atacar pessoas e uma espada mágica que parece ser a única arma capaz de os travar. A espada acabará nas mãos do bêbado Tonho que vai salvar o mundo das garras do Medo. Com a participação especial de João Loy (é a voz da espada) e Luís Aleluia (1960-2023), o filme é quase todo interpretado por amadores, o que muito contribui para o seu ar tosco mas profundamente tocante. “Fiz este trabalho sem expectativas, só para me divertir, mas admito que tem sido incrível ser tão bem acolhido lá fora. Quem me dera ter a mesma receção cá dentro”, conclui Fábio Powers.
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