A edição de hoje
Filipe La Féria comprou o cinema Olímpia, em Lisboa, e vai transformá--lo numa nova sala de espectáculos, conforme revelou ontem ao Correio da Manhã. O encenador – que não quis adiantar os números da compra – acaba de celebrar o contrato que lhe permitirá realizar um sonho de longa data: ter um espaço próprio bem no centro da capital, ainda por cima perto do Politeama.
As negociações estenderam-se ao longo de um ano, no meio do maior sigilo, mas chegaram finalmente ao fim com um desfecho que não pode agradar mais ao empresário.
“Estou muito satisfeito, como se pode imaginar. O Olímpia é um espaço mítico de Lisboa, foi um dos primeiros animatógrafos da capital, e, infelizmente, nestes últimos anos estava decadente e só passava filmes pornográficos. Agora, só posso prometer ao público que vou lá fazer espectáculos de grande qualidade, como aqueles a que o tenho habituado.
O novo Olímpia deverá abrir em Setembro, com o novo espectáculo de Filipe La Féria. Isto apesar de ainda não serem conhecidos nem os nomes dos arquitectos que se encarregarão da obra nem sequer a data de início dos trabalhos.
“Isto é tudo muito recente, mas quero que o processo seja o mais rápido possível, claro. Não tenho subsídios do Estado. Se tudo correr bem, deverei inaugurar a sala com uma nova produção no princípio da próxima temporada”, explicou.
Sobre a tal produção, é que nem uma palavra. Segredo absoluto.
SOMA E SEGUE
É mais um sucesso na carreira deste homem que iniciou a sua actividade teatral em 1963, no Teatro Nacional D. Maria II, e que passou por companhias como o Teatro Estúdio de Lisboa, o Teatro Experimental de Cascais ou o Teatro da Cornucópia.
Foi na Casa da Comédia, espaço que lhe pertence e que dirigiu durante 16 anos, que se virou para a produção de espectáculos de vinco marcadamente comercial. “What Happened to Magdalena Iglesias?” foi o seu primeiro grande êxito, seguindo-se “Passa por mim no Rossio”, “Maria Callas” ou, mais recentemente, “Amália” e “My Fair Lady”.
Há anos que La Féria defendia a reanimação da Baixa lisboeta, outrora um espaço privilegiado das artes do espectáculo, quando o Parque Mayer estava no auge. A reabertura do Olímpia ajudará a tornar esse sonho realidade.
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