Filhos de Schifrin, William e Ryan, confirmaram a sua morte aos meios de comunicação social.
Lalo Schifrin, o compositor que escreveu o tema da série "Missão: Impossível", depois adaptada ao cinema, e mais de 100 outros arranjos para cinema e televisão, morreu na quinta-feira com 93 anos.
Os filhos de Schifrin, William e Ryan, confirmaram a sua morte aos meios de comunicação social.
O argentino ganhou quatro Grammys e foi nomeado para seis Óscares, incluindo cinco para a banda sonora original de "Cool Hand Luke", "The Fox", "Voyage of the Damned", "The Amityville Horror" e "The Sting II".
Schifrin, também pianista de jazz e maestro clássico, teve uma carreira notável na música que incluiu trabalhar com Dizzy Gillespie e gravar com Count Basie e Sarah Vaughan, contudo, talvez a sua maior contribuição tenha sido a partitura instantaneamente reconhecível da série televisiva "Missão: Impossível", que alimentou a saga de longas-metragens que durou décadas, liderada por Tom Cruise.
"Cada filme tem a sua própria personalidade. Não há regras para escrever música para filmes", disse Schifrin à agência de notícias Associated Press em 2018, defendendo que é "o filme dita qual será a música".
Escreveu também o espetáculo musical da grande final do Campeonato do Mundo de Futebol em Itália, em 1990, em que os Três Tenores - Plácido Domingo, Luciano Pavarotti e José Carreras - cantaram juntos pela primeira vez, com a obra a tornar-se um dos maiores sucessos de vendas da história da música clássica.
Schifrin escreveu originalmente uma música diferente para o tema de "Missão: Impossível", mas o criador da série, Bruce Geller, gostou de outro arranjo que Schifrin tinha composto para uma sequência de ação.
"O produtor ligou-me e disse-me: 'Vais ter de escrever algo excitante, quase como um logótipo, algo que será uma assinatura, e vai começar com um rastilho'", disse Schifrin à AP em 2006.
"Então eu fiz isso e não havia nada no ecrã. E talvez o facto de eu ser tão livre e não ter imagens para captar, talvez seja por isso que esta coisa se tornou tão bem sucedida - porque escrevi algo que veio de dentro de mim", acrescentou o falecido compositor há data.
Quando o realizador Brian De Palma foi convidado a levar a série para o grande ecrã, quis levar o tema consigo, o que levou a um conflito criativo com o compositor John Williams, que queria trabalhar com um novo tema seu. Saiu Williams e entrou Danny Elfman, que concordou em manter a música de Schifrin.
A série "Missão: Impossível" ganhou Grammys para melhor tema instrumental e melhor banda sonora original de um filme ou programa de televisão.
Em 2017, o tema foi inscrito no Grammy Hall of Fame.
Schifrin transitou facilmente entre géneros, tendo ganho um Grammy por "Jazz Suite on the Mass Texts", de 1965, ao mesmo tempo que foi distinguido nesse mesmo ano pela partitura da série televisiva "The Man From U.N.C.L.E." e em 2018, foi-lhe atribuído o Óscar honorário e, em 2017, a Academia Latina da Gravação atribuiu-lhe um dos seus prémios especiais de curador.
As partituras de filmes posteriores incluem "Tango", "Rush Hour" e as suas duas sequências, "Bringing Down The House", "The Bridge of San Luis Rey", "After the Sunset" e o filme de terror "Abominable".
Ao escrever os arranjos para "Dirty Harry", Schifrin decidiu que a personagem principal não era de facto o herói de Clint Eastwood, Harry Callahan, mas o vilão, Scorpio.
"Seria de esperar que o compositor prestasse mais atenção ao herói. Mas, neste caso, não, fi-lo para o Scorpio, o mau da fita, o vilão", disse à AP.
Foi Clint Eastwood quem lhe entregou o Óscar honorário.
"Receber este Óscar honorário é o culminar de um sonho, é uma missão cumprida." disse Schifrin na altura.
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