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Lisboa ouviu 20 anos de emoções explosivas

Concerto poderoso e apaixonado dos Explosions in the Sky recorda carreira com duas décadas.

02 de fevereiro de 2020 às 14:04

Arrancou este sábado em Lisboa a digressão europeia do 20.º aniversário dos Explosions in the Sky, banda do Texas que voltou a Portugal pela primeira vez desde o verão de 2016, numa Aula Magna esgotada há um mês para receber um dos maiores nomes do post-rock.

A melancolia faz parte do arsenal dos Explosions in The Sky - ou "Eispelusões no xéu" como os cinco músicos se apresentaram pela voz do guitarrista americano Munaf Rayani na curta introdução falada num quase bom português -, tendo ficado imediatamente destacada a vulnerabilidade sentimental da banda com o tema 'A Song for Our Fathers', do álbum de estreia da banda. Mas se este revisitar das últimas duas décadas começou por puxar a emoções frágeis, como se um psicólogo estivesse a analisar qualquer coisa no nosso passado, logo de seguida assistimos a um animador rodopio emocional na forma de 'Catastrophe and the Cure', onde as guitarras foram livres para se manifestarem ruidosamente lançando as faíscas que viriam a provocar várias e poderosas explosões musicais. Havia cinco responsáveis por essas explosões: as três guitarras que lideraram sempre a formação à boca do palco, com a bateria e o baixo na retaguarda mas cuja sombra ficava constantemente projetada nas laterais e a toda a altura da sala como se quisesse dar uma forma física ao som já de si gigante.

Em cada tema viu-se um crescendo instrumental, característica fundamental para as composições sonoras de cada álbum mas também uma iluminação própria marcada por tons verdes intempestivas, azuis tranquilizantes, laranjas vibrantes, vermelhos furiosos e outras cores que amplificaram a arte caoticamente controlada dos Explosions in the Sky. A sua música apaixonada e poderosa provocou as reações mais efusivas em dois clássicos do álbum 'The Earth is Not a Dead Cold Place', de 2003: ao som de 'Your Hand in Mine' os casais enamorados trocaram beijos e de forma cúmplice entrelaçaram dedos; e com 'The Only Moment We Were Alone' assistiu-se a um mar de cabeças que, apesar de agarradas a corpos confortavelmente sentados nas cadeiras reclináveis da Aula Magna, se abanavam freneticamente à medida que baixo, bateria e guitarras soltavam a derradeira saraivada sonora num Big-Bang musical antes de se calarem abruptamente ao fim de 85 minutos de concerto.

Após quatro concertos no Porto desde que pisaram solo português no ano de 2003, a primeira vez que Explosions in the Sky tocaram numa sala de espetáculos Lisboa deu-lhes uma explosão de aplausos, largos sorrisos e a merecida ovação de pé na despedida aos palcos nacionais até mais ver. Seguem agora para a restante Europa com 20 anos de música nas pontas dos dedos.

Alinhamento do concerto de Explosions in the Sky na Aula Magna para a 20th Anniversary Tour:

'A Song for Our Fathers'

'Catastrophe and the Cure'

'Yasmin the Light'

'Greet Death'

'Disintegration Anxiety'

'Your Hand in Mine'

'Have You Passed Through This Night'

'The Birth and Death of The Day'

'Magic Hours'

'Colours in Space'

'The Only Moment We Were Alone'

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