Escritora morreu esta quinta-feira, no Estoril, aos 96 anos.
O Presidente da República manifestou esta quinta-feira as "sentidas condolências" pela morte da escritora, jornalista e tradutora Isabel da Nóbrega, aos 96 anos, assinalando a "forma inconformada e aguda" como questionou "o quotidiano burguês e o lugar das mulheres".
"À família de Isabel da Nóbrega apresento as minhas sentidas condolências", pode ler-se numa nota publicada no sítio oficial na Internet do Chefe de Estado. Marcelo Rebelo de Sousa destacou também que Isabel da Nóbrega foi, com Maria Judite de Carvalho, Fernanda Botelho, Natália Nunes ou Graça Pina de Morais, uma das escritoras que, na segunda metade do século XX, questionaram de forma inconformada e aguda o quotidiano burguês e o lugar das mulheres.
"Associada muitas vezes a escritores com quem partilhou a vida, é de justiça que seja lembrada pelo seu contributo para a descrição de uma época e de uma sociedade, para a experimentação narrativa e, acima de tudo, para a revolução antes da revolução que já constituía a escrita das mulheres em Portugal em meados do século", salientou ainda.
A autora de "Viver com os outros" morreu esta quinta-feira, no Estoril, aos 96 anos, disse à Lusa fonte familiar.
A escritora estava internada num lar há alguns meses e teve morte natural, adiantou a mesma fonte.
O velório terá lugar na sexta-feira, na Basílica da Estrela, em Lisboa, em hora ainda a definir, acrescentou.
Nascida Maria Isabel Guerra Bastos Gonçalves, em Lisboa, no dia 26 de junho de 1925, adotou o pseudónimo Isabel da Nóbrega, com que assinava os seus trabalhos. Escreveu para teatro, rádio e televisão e também milhares de crónicas para diversas publicações.
Estreou-se na ficção literária com "Os Anjos e os Homens", em 1952, tendo sido consagrada com o romance "Viver com os outros" (1964). Assinou também trabalhos como "O filho pródigo", peça de teatro representada no Teatro Nacional D. Maria II, em 1954, pela então residente companhia Rey Colaço-Robles Monteiro.
Ao longo da carreira publicou livros como "Solo para gravador" (1973) e "Cartas de Amor de Gente Famosa" (2009), para além de ter escrito uma apresentação para "O Cântico dos Cânticos", de Salomão, publicado em 1966 pelos Estúdios Cor, que também editaram, nesse mesmo ano, "Já não há Salomão...", da autora, com desenhos de Sá Nogueira e prefácio de José Saramago.
Isabel da Nóbrega traduziu livros como "Guerra e Paz", de Tolstoi, "Tempo para amar tempo para morrer", de Erich Maria Remarque, ou "Pago para matar", de Graham Greene.
De acordo com o Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Isabel da Nóbrega escreveu ainda as peças "A Cigarra e as Formigas" (1971), encenada na Casa da Comédia, e "O Filho de Rama" (1998), levada ao palco de A Barraca e da Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul.
Ao longo da vida foi galardoada com o Prémio Camilo Castelo Branco, Prémio de Literatura Infantil e Juvenil, Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e Prémio Femina por Mérito na Literatura. Integrou o grupo fundador do jornal A Capital, no qual colaborou como cronista, bem como nos jornais Diário de Lisboa, Diário de Notícias e Primeiro de Janeiro, na revista Vida Mundial e nas rádios Antena 1, Antena 2 e RDP Internacional, na qual manteve um programa chamado "O Prazer de Ler", de segunda a sexta-feira.
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