Realizou 12 longas-metragens e mais de 30 curtas e médias metragens, além de séries para TV.
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O realizador de cinema António de Macedo, de 86 anos, morreu hoje ao início da tarde, no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, anunciou a família em comunicado enviado à agência Lusa. O funeral realiza-se na segunda-feira em Lisboa.
O corpo do cineasta estará a partir das 11h00 de segunda-feira na capela do Cemitério do Alto de São João, sendo o funeral às 16h00 no mesmo local.
"O Segredo das Pedras Vivas" (2016) é o título do seu último filme, uma adaptação ao cinema de uma série de sua autoria dos anos 1990.
Além de cineasta, António de Macedo foi também escritor, tendo publicado recentemente "Lovesenda", e um livro com contos seus, "O Terceiro Chega em Maio", será publicado ainda este ano pela editora Divergência, adianta a família em comunicado.
"Está prevista a estreia em Lisboa e no Porto de um documentário de João Monteiro, 'Nos Interstícios da Realidade, O Cinema de António de Macedo', sobre o seu papel essencial no cinema português", segundo a mesma fonte.
A sua primeira longa-metragem, "Domingo à tarde" (1965), é baseada no romance homónimo de Fernando Namora, e protagonizado por Ruy de Carvalho.
Macedo realizou cerca de 12 longas-metragens e mais de 30 curtas e médias metragens, além de ter realizado várias séries para televisão, nomeadamente, "O Altar dos Holocaustos" (1992).
Um inovador do cinema fantástico
António de Macedo fazia parte do movimento do Cinema Novo português e era um dos raros portugueses com produção regular no cinema fantástico. Llutou para inovar na arte sem "resposta positiva".
"Procurei sempre tentar inovar, fazer qualquer coisa que movimentasse, que agitasse este país em termos cinematográficos, e nunca tive resposta positiva", afirma António de Macedo no documentário de João Monteiro, que teve estreia internacional no encerramento do festival DocLisboa em 2016.
Com formação em arquitetura, António de Macedo foi cineclubista, filmou entre as décadas de 1960 e 1990, esteve na origem da primeira cooperativa de cinema e deixou cerca de uma dezena de longas-metragens e quase meia centena de curtas-metragens, com um pendor experimental e contracorrente ao que vigorava no cinema.
O cinema de António de Macedo vai estar a partir desta quinta-feira em retrospetiva no Sitges - Festival Internacional de Cinema Fantástico da Catalunha, Espanha, estando prevista a exibição do documentário "Nos interstícios da realidade", do realizador João Monteiro, que traça o percurso do cineasta português desde a década de 1960 até à homenagem que a Cinemateca lhe prestou em 2012.
O festival de Sitges decorre até 15 de outubro e contará com uma programação especial por se celebrar a 50.ª edição, apadrinhada pelo realizador e produtor Guillermo del Toro.
Da filmografia do realizador fazem parte, por exemplo, "Domingo à tarde" (1965), a primeira longa-metragem e considerada uma das fundadoras do Cinema Novo, "As Horas de Maria" (1979), filme com o qual foi considerado blasfemo e chegou a receber ameaças de morte.
Ainda na década de 1970, realizou "Nojo aos cães", filme que veio a ser censurado pelo regime, mas com acolhimento no estrangeiro, tendo sido exibido em Bérgamo e em Benalmadena e distinguido com o prémio da Federação Internacional dos Cineclubes.
Em 1973, "A Promessa" tornou-se no primeiro filme português a ser selecionado oficialmente para o Festival de Cannes.
António de Macedo terminou a carreira nos anos 1990, ao fim de várias décadas de polémicas, incompreensão e falta de apoios financeiros ao seu trabalho.
Mais recentemente, vários festivais nacionais têm procurado recuperar o cinema do realizador português, desde o Fantasporto ao DocLisboa.
Em 2013, o Fantasporto homenageou António de Macedo, atribuindo-lhe o prémio Carreira, enquanto o MOTELx estreou, no ano passado, "O segredo das pedras", versão cinematográfica da minissérie "O altar dos holocaustos" (1992).
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