Era um dos maiores nomes da música clássica mundial.
O pianista brasileiro Nelson Freire, um dos maiores nomes da música clássica mundial, morreu esta segunda-feira na sua casa no Rio de Janeiro, aos 77 anos de idade, confirmou o seu empresário.
Nelson Freire, cuja causa de morte não foi revelada, começou a tocar piano com apenas três anos de idade e estabeleceu-se como um dos maiores artistas brasileiros, o que levou a uma carreira de renome e a uma ascensão nos principais palcos do mundo.
Após ter sido operado ao ombro em 2019, devido a uma queda enquanto caminhava no Rio de Janeiro, o seu regresso aos teatros estava previsto para o ano passado, mas o pianista foi forçado a adiar os planos, devido à pandemia de covid-19.
A sua participação no Festival Internacional dos Açores, no passado mês de setembro, chegou a estar anunciada, sendo depois cancelada.
Nascido em 1944, na cidade de Boa Esperança, no estado de Minas Gerais, Freire era uma criança prodígio. Aos 12 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi ensinado por pianistas famosos, como Nise Obino e Lúcia Branco.
Não demorou muito tempo a surgir como um dos vencedores do Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro e, a partir daí, passou a atuar em salas de concerto de todo o mundo.
Ao longo da sua carreira, Freire subiu a palcos de 70 países e, após uma atuação nos Estados Unidos, quando tinha apenas 24 anos, a revista Time chamou-o "um dos maiores pianistas desta ou de qualquer outra geração".
Em Portugal, onde atuou diversas vezes, tocou em 2019 pela última vez, na 54.ª edição do Festival de Sintra, com a Orquestra Gulbenkian.
Um ano antes, apresentara-se no palco do Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em recital, culminando uma presença constante em Portugal, desde o início da sua carreira, nos anos de 1960.
Entre os prémios que recebeu em várias partes do globo estão o Classic FM Gramophone Awards 2007, considerado o "Óscar" da música clássica, e, mais recentemente, o International Classical Music Awards (ICMA) 2019, quando foi homenageado por toda a sua carreira.
Foi também 'perfilado' num documentário do cineasta João Moreira Salles, em 2003, e apresentado numa coleção por várias companhias discográficas dos 74 maiores pianistas do século XX.
Nelson Freire era apontado como um dos principais intérpretes de Beethoven e Chopin, sendo as suas gravações apresentadas como de referência, com a máxima classificação nos guias Penguin e Gramophone, de música erudita.
A notícia da sua morte chocou o mundo da arte no Brasil e vários artistas, críticos musicais e personalidades expressaram os seus sentimentos sobre a sua morte prematura.
O maestro e pianista João Carlos Martins, outro dos grandes nomes da música brasileira, lamentou a perda do seu "amigo", em declarações à rádio CBN, e disse que Freire será "preservado para a eternidade pelas suas gravações".
"Nelson era procurado por todas as grandes orquestras europeias, também nos Estados Unidos e na Ásia. Era uma pessoa que, acima de tudo, antes de ser um grande pianista, era uma boa pessoa", disse.
Sobre o pianista, o crítico britânico Andrew Clements escreveu, no jornal inglês The Guardian, em maio de 2014: "Poucos pianistas vivos transmitem o domínio da sua arte de forma tão vívida e descomplicada e com um deleite e um júbilo tão puros, como o faz Nelson Freire".
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