page view

Muito sexo e algum botox

Rupert Everett odeia Hollywood e garante que o ‘glamour’ da indústria cinematográfica é um embuste. Aos 47 anos, o actor acaba de publicar uma autobiografia onde se entretém a revelar os podres de um mundo de que o comum dos mortais só conhece o lado luminoso.

26 de setembro de 2006 às 00:00

Intitulado ‘Red Carpets and Other Banana Skins’ –‘Passadeiras Vermelhas e Outras Cascas de Banana’, em tradução literal – o livro revela tudo: desde o período em que se prostituiu pelas ruas de Londres até às mulheres famosas que lhe passaram pela cama. Por exemplo, jura a pés juntos que dormiu com a jornalista Paula Yates (mulher de Bob Geldof, entretanto já falecida), com a actriz francesa Beatrice Dalle e com a estrela de Hollywood Susan Sarandon (casada com o também actor Tim Robbins). Mas há mais.

Descrevendo Hollywood como um mundo hipócrita e homofóbico, Rupert Everett queixa-se também de discriminação nesta sua biografia. Acusa, nomeadamente, os produtores de lhe oferecerem sistematicamente papéis secundários, reservando os bons para o colega e compatriota Hugh Grant. E tudo, afirma, porque ele assumiu publicamente a homossexualidade.

MADONNA TEM 'SEX APPEAL'

Num livro bastante elogiado pelo estilo – ao que parece, o actor tem jeito para a escrita –, Everett não hesita em revelar alguns pormenores delicados sobre a sua intimidade. Confessa que chegou a mentir sobre a sua idade, o nome e a proveniência social (pertence à classe alta) e que, actualmente, usa botox para manter um aspecto jovem.

E para que não se pense que é um má-língua, também arranjou algum espaço no livro para dizer umas palavras simpáticas sobre as actrizes com quem contracenou. De Madonna, por exemplo, diz que “destila ‘sex appeal’”, de Julia Roberts que “é linda e tocada pela loucura”, de Sharon Stone que é “completamente intocável”. Andy Warhol, Elizabeth Taylor, Orson Welles ou Bob Dylan são outras das personalidades de que fala na obra.

Rupert James Hector Everett nasceu a 29 de Maio de 1959, em Norfolk, Inglaterra. Sempre foi rebelde apesar de ter frequentado um colégio beneditino onde aprendeu a tocar piano. Foi expulso da Escola de Drama de Londres e ingressou na Glasgow Citizen’s Theater, na Escócia, conhecida pelo estilo ‘avant-garde’ do ensino. Fluente em inglês, francês e italiano, Rupert foi modelo antes de ser actor e gravou, com Robbie Williams, o dueto do clássico ‘They Can’t Take That Away From Me’.

SIDA, TUBERCULOSE E MALÁRIA

Em 1997, no auge da fama – quando protagonizou ‘O Casamento do Meu Melhor Amigo’ ao lado de Julia Robert, Cameron Diaz e Dermot Mulroney – Everett diz que era conhecido na rua como “o homossexual do filme”. Anseia por ser levado a sério como actor mas critica a superficialidade de Hollwyood: “Para ser honesto, não estou numa de ‘show business’. Isso não é relevante”, escreve embora tenha alguns trabalhos para televisão por estrear. “Gosto de sair, de frequentar bares, clubes de passear nas ruas”, confessa o actor que, actualmente, percorre o mundo como embaixador da Global Fund, organização de luta contra a sida, tuberculose e malária.

"Porque é que haveria de usar calças cor-de-rosa? Já é suficientemente difícil ser homossexual!.."

"Sou uma máquina sexual para ambos os sexos. É muito cansativo. Preciso de dormir muito."

"Os actores ingleses são tratados como imigrantes. São como ciganos: vão para onde há trabalho e nunca houve muito trabalho em Inglaterra. São tratados muito mal."

"Uma das coisas boas em envelhecer é o desemprego tornar-se mais divertido."

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8