page view

Museu do Aljube expõe olhar particular sobre murais da revolução de 25 de Abril

Adélia da Fonseca-Riès tirou aquelas fotografias em Lisboa entre 1975 e 1978, as últimas talvez em 1980.

25 de junho de 2025 às 18:18

O Museu do Aljube -- Resistência e Liberdade, em Lisboa, acolhe uma exposição de fotografia de Adélia da Fonseca-Riès que é um olhar particular sobre murais no pós-revolução de 25 de Abril de 1974.

A exposição "O Grito de Abril", que é inaugurada na quinta-feira, apresenta 50 fotografias de Adélia da Fonseca-Riès, que "nunca foi uma artista profissional", que retratam o gesto artístico de quem pintou murais políticos e partidários nos anos 1970, contou à Lusa o curador, Philippe Riès.

"A nossa seleção das 50 fotografias resultou em escolher quase unicamente detalhes. Quase todas as fotografias que já foram publicadas são de paredes inteiras de murais. E esse não era o olhar de Adélia. Os murais foram feitos por verdadeiros artistas e há uma grande diversidade de estilos", contou o curador.

Adélia da Fonseca-Riès, que morreu em 2020 aos 74 anos, deixou cerca de uma centena de fotografias de murais e detalhes gráficos de arte urbana, mas sem informações adicionais sobre locais e dados temporais.

De acordo com o curador, Adélia da Fonseca-Riès tirou aquelas fotografias em Lisboa entre 1975 e 1978, as últimas talvez em 1980, registando uma interpretação pessoal de uma arte que é, em si, efémera e quase sempre anónima.

"São fotografias de uma força incrível. Mas isto não tem a ver com mensagens políticas. São murais oníricos, neorrealistas, de realismo socialista soviético", disse Philippe Riès, curador francês, jornalista e marido de Adélia da Fonseca-Riès.

A exposição, que contou com o apoio do jornalista Adelino Gomes e do fotojornalista Adelino Cunha, ficará patente no Museu do Aljube até 31 de dezembro e seguirá em itinerância por outras localidades em 2026, nomeadamente Évora e Porto.

Na quinta-feira será também apresentado um livro-catálogo dedicado à exposição e à autora, que nasceu em Lisboa, viveu no Congo e em Paris. Adélia da Fonseca-Riès voltaria em definitivo para Portugal em 2011.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8