A edição de hoje
Família, amigos e centenas de admiradores despediram-se ontem de António Feio com uma enorme e sentida salva de palmas, que durou nove minutos. A tristeza estampada nos rostos dos familiares foi acompanhada pelas lágrimas de populares, que prestaram a última homenagem ao actor e encenador, falecido na noite de quinta-feira aos 55 anos, vítima de cancro no pâncreas.
O corpo de António Feio abandonou o Palácio Galveias, em Lisboa, seguido das filhas mais velhas, Catarina e Bárbara, tendo a data de aniversário desta última coincidido com o dia da morte do actor. Também as duas ex-mulheres, Lurdes Feio e Cláudia Cadima, e os filhos mais novos, Sara e Filipe, não esconderam a dor e o choro num momento tão difícil, e foram precisos abraços para aliviar a emoção.
Ao lado da família estiveram muitos amigos que se quiseram juntar à última homenagem ao homem que queria "vencer o bicho a rir". Entre eles, o parceiro de muitas peças José Pedro Gomes, além de Nuno Lopes, Bruno Nogueira, Maria Rueff, Miguel Guilherme, Eduardo Madeira, Rui Mendes, Manuela Maria e Octávio de Matos.
A marca deixada no teatro foi também enaltecida por personalidades da política. A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, prestou condolências à família do "actor que devolveu ao público a sua alegria" e aproximou os espectadores do teatro. Já o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, sublinhou que António Feio "faz muita falta ao teatro, quer como actor, quer como encenador." O músico Zé Pedro lembrou o musical ‘Sexta-feira 13' (de 2006), dirigido por António Feio e inspirado no tema com o mesmo nome dos Xutos & Pontapés. "Era uma pessoa excepcional, não só como artista, como também de coração, como amigo", frisou emocionado.
O fadista Carlos do Carmo esteve entre os amigos e lembrou que António Feio "era um português livre". "Faz muita falta, sobretudo nesta fase cinzenta em que sorrir faz tão bem", lamentou.
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