Escritora venceu o Prémio Camões 2021 por unanimidade.
O Presidente da República felicita a escritora moçambicana Paulina Chiziane pela atribuição do Prémio Camões, referindo que a sua obra "cruza identidades".
"A obra de Chiziane, que tem tido edição portuguesa, cruza identidades (à imagem da biografia da própria escritora), cruza linguagens literárias e orais, e cruza histórias de violência, as da subjugação feminina e as que são herança de duas guerras, a guerra da independência e a guerra civil", lê-se na mensagem divulgada esta quarta-feira no portal da Presidência da República.
Marcelo Rebelo de Sousa realça que Paulina Chiziane, 66 anos, foi a "primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, em 1990, muito empenhada cívica e politicamente".
O Chefe de Estado destaca ainda que "a autora de 'Niketche: Uma História de Poligamia' tem dado voz a traumas recentes e a combates ainda em curso, testemunho cujo impacto o Prémio Camões veio agora reconhecer e consagrar".
Paulina Chiziane venceu o Prémio Camões 2021, por unanimidade, anunciou esta quarta-feira a ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca.
"No seguimento da reunião do júri da 33.ª edição do Prémio Camões, que decorreu no dia 20 de outubro, a ministra da Cultura anuncia que o Prémio Camões 2021 foi atribuído à escritora moçambicana Paulina Chiziane", lê-se na nota informativa hoje divulgada.
"O júri decidiu por unanimidade atribuir o Prémio à escritora moçambicana Paulina Chiziane, destacando a sua vasta produção e receção crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional da sua obra. O júri referiu também a importância que dedica nos seus livros aos problemas da mulher moçambicana e africana.
O júri sublinhou o seu trabalho recente de aproximação aos jovens, nomeadamente na construção de pontes entre a literatura e outras artes.
Nascida em Manjacaze, Moçambique, em 1955, estudou Linguística em Maputo. Atualmente, vive e trabalha na Zambézia.
Publicou o seu primeiro romance, "Balada de Amor ao Vento" (1990), depois da independência do país, que é também o primeiro romance de uma mulher moçambicana.
"Ventos do Apocalipse", concluído em 1991, saiu em Maputo, em 1993, como edição da autora e foi publicado em Portugal, pela Caminho, em 1999, antecedendo a publicação de "Balada de Amor ao Vento", em Portugal, pela mesma editora, em 2003.
"Sétimo Juramento" (2000), "Niketche: Uma História de Poligamia" (2002) e "O Alegre Canto da Perdiz" (2008) estão publicados em Portugal.
Da sua obra fazem igualmente parte "As Andorinhas" (2009), "Na mão de Deus" e "Por Quem Vibram os Tambores do Além" (2013), "Ngoma Yethu: O curandeiro e o Novo Testamento" (2015), "O Canto dos Escravos" (2017), "O Curandeiro e o Novo Testamento" (2018).
No Brasil, está editado o romance "Niketche: Uma História de Poligamia", na Companhia das Letras.
O júri da 33.ª edição do Prémio Camões foi constituído pelos professores universitários Ana Martinho e Carlos Mendes de Sousa (Portugal), pelo escritor e investigador Jorge Alves de Lima e pelo professor universitário Raul César Fernandes (Brasil), e pelos escritores Tony Tcheka (Guiné-Bissau) e Teresa Manjate (Moçambique).
O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil, com o objetivo de distinguir um autor "cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum".
Segundo o texto do protocolo constituinte, assinado em Brasília, em 22 de junho de 1988, e publicado em novembro do mesmo ano, o prémio consagra anualmente "um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum".
Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga.
Em 2019, o prémio distinguiu o músico e escritor brasileiro Chico Buarque, autor de "Leite Derramado" e "Budapeste", entre outras obras; em 2020, o professor e ensaísta português Vitor Aguiar e Silva.
Portugal e Brasil lideram a lista de distinguidos com o Prémio Camões, com 13 premiados cada, seguindo-se Moçambique, agora com três laureados, Cabo Verde, com dois, mais um autor angolano e outro luso-angolano.
A história do galardão conta apenas com uma recusa, exatamente a do luso-angolano Luandino Vieira, em 2006.
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