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Richard Wagner tinha tendências travesti

Richard Wagner, expoente máximo do romantismo e autor de óperas de referência como ‘O Anel do Nibelungo’ ou ‘Tannhauser’, era um homem austero e moralista mas, paradoxalmente, com uma sensibilidade feminina que não se esgotava na música... Wagner gostava de usar roupa feminina!

02 de março de 2007 às 00:00

Quem o garante, segundo notícia avançada esta semana por uma publicação alemã (‘The Wagner Journal’), é o próprio Wagner, numa carta de 1874 endereçada a uma casa de moda milanesa, na qual encomendava um vestido supostamente para Cosima, a mulher.

Porém, indicações exaustivas de detalhes particulares a incluir no modelo ameaçam denunciar fetiche travesti.

“Alimenta a teoria de que o compositor mostrava certas tendências para se travestir”, de acordo com Barry Millington, co-director da referida publicação. A carta consta de uma colecção privada que se encontra nos Estados Unidos.

Ainda segundo a mesma fonte, o interesse de Wagner “nas minúcias da roupa feminina” evidencia “um lado feminino muito pronunciado”. E, posto isto, avança dois diagnósticos possíveis: ou o compositor sofria de travestismo ou de uma doença de pele de nome erisipela, que provoca irritação cutânea e obriga ao uso de tecidos como o cetim e a seda.

Com efeito, numa outra carta ao mesmo costureiro milanês, datada de 1869, Wagner encomendava “um colete de cetim negro que possa ser usado tanto na rua, com ou sem casaco, como em casa, como uma combinação”, lê-se.

Em 1877, seis anos antes da morte do compositor, já um jornalista publicara detalhes sobre as preferências de guarda-roupa do músico, os quais resultaram num escândalo que sobrevive até hoje, com maior ou menor visibilidade dependendo dos tempos.

Uma autêntica legião de estudiosos de Richard Wagner não tem poupado esforços no sentido de apurar informação sobre a vida e obra desta figura tão ambígua e polémica.

Um deles, de nome Joachim Kochler, autor de ‘Richard Wagner – o último dos titãs’, traça o perfil do compositor e autor para chegar a uma conclusão singela. É que, afinal, o génio “precisava de uma aura de feminilidade para estimular os sentidos”.

Wilhelm Richard Wagner (1813-1883), compositor alemão e expoente do romantismo, escrevia os libretos das suas óperas e foi o autor da ideia de instalar uma orquestra no fosso. A sua vida privada era tão criativa como a pública, o que resultava em mudanças frequentes de casa e de mulher, ora perseguido por credores furiosos, ora por maridos enfurecidos. Foi o que aconteceu quando fugiu de Munique com Cosima, mulher do maestro Hans von Bülow e filha de Franz Liszt.

PARA SURDOS

Os primeiros trabalhos de Wagner foram alvo de críticas negativas, que apontavam o dedo ao elevado volume sonoro das peças. “Música para surdos” lançaram.

ROUBO A LISZT

‘O Anel dos Nibelungos’, uma das mais importantes obras atribuídas ao compositor, terá sido roubada a Liszt, seu sogro. Que não se importava e dizia que Wagner a transformara numa obra melhor.

'APOCALYPSE NOW'

A ‘Cavalgada das Valquírias’, ária da ópera ‘As Valquírias’, saltou para o grande ecrã em 1979 como banda sonora do filme ‘Apocalypse Now’, de Francis Ford Coppola. A música acompanha a sequência de bombardeamentos de uma praia para que o tenente-coronel Kilgore (Robert Duvall) pudesse fazer surf. É desta altura a frase ‘Adoro o cheiro do napalm pela manhã”.

'VALQUÍRIAS' NO S. CARLOS

A ópera ‘As Valquírias’ – que integra a tetralogia ‘O Anel dos Nibelungos’, de Wagner – está neste momento em cena no Teatro Nacional de São Carlos, onde terá amanhã uma récita às 16h00. Segundo a mitologia nórdica, as valquírias eram belas jovens que, montadas em cavalos alados, escolhiam os guerreiros recém-abatidos que entrariam no outro mundo... Sob a direcção musical de Marko Letonja, o espectáculo repete a 5, 8 e 10, às 18h30.

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