Nasceu como artista reggae mas hoje é mais do que isso. O seu nome dispensa apresentações e dia 2 sobe à Altice Arena.
Ricardo Dias de Lima Ventura da Costa nasceu em Caxias a 25 de Novembro de 1986. Começou na banda Stepacide em 2010 e fez parte do projeto No Joke Sound System. Lançou o seu primeiro disco a solo ‘My Path’ em 2010, a que se seguiram ‘Focused’ e ‘In The 876’. Ao vivo, é acompanhado pela The 911 band. No próximo dia 2 passa em revista toda a sua carreira na maior sala do país.
O Richie atua dia 2 de fevereiro na Altice Arena, a maior sala do País. Aconteceu mais cedo do que esperava?
Não (risos). Acho que aconteceu exatamente quando tinha que acontecer. Claro que podia dizer que ainda é cedo, mas eu acho que faz sentido ser agora. Lancei no final do ano uma mixtape que tem funcionado muito bem, que marca uma fase de transição e por isso acho que é a altura certa para este espetáculo acontecer.
Com que número de assistência ficaria satisfeito no Altice Arena?
Ainda não está bem definido o formato do espetáculo, mas gostaria de chegar aos 10 mil. Aí já ficaria muito satisfeito.
E os 18 mil não?
(risos) Não, isso nunca na vida! Para isso acontecer, se calhar, tinha que ficar muito tempo sem tocar em Lisboa.
Em 2011, o Richie já tinha sido o primeiro artista sem editora a lotar o Campo Pequeno…
É verdade. Isso tem a ver com a nossa forma de trabalhar. Primeiro, definimos os objetivos e depois trabalhamos para eles, para justificar que a decisão foi acertada.
E que espetáculo está a preparar?
Eu quero que essa noite assinale um novo ciclo, o encerramento de uma fase e o começar de outra. Vai ser o Richie de antigamente e o Richie novo (risos). Acho que vai ser a última oportunidade que as pessoas vão ter para ouvir algumas músicas que eu vou deixar de tocar.
Lançou no final do ano passado essa mixtape intitulada ‘Lisboa’, que parece resumir muito do que foi o seu percurso até então. Sentiu essa necessidade de arrumar a casa, uma vez que diz que vai iniciar um novo ciclo?
Eu acho que sim. Eu sempre fiz muitas coisas diferentes, mas houve uma altura em que, por causa do sucesso do ‘That’s How We Roll’, me cingi só ao reggae. A verdade é que eu sou mais do que reggae e percebi isso, por exemplo, no meu segundo disco que, na minha opinião, foi o menos bem conseguido. Senti que não era exatamente aquilo que eu queria fazer. Já esta mixtape é representativa do que eu quero que seja a minha música. Aqui encontrei o meu meio-termo. Nesta mixtape, aliás, notam-se todas influências de tudo o que já fiz.
Continua a chamar-lhe mixtape e não disco ou álbum. Porquê?
Porque foram músicas que fiz nos últimos dois anos, desde que decidi montar um estúdio em casa. A nível de trabalho, se calhar não tem grande coerência porque não tive aquela coisa de ficar dois ou três meses fechado a trabalhar num disco.
Por ter todas as suas influências aqui registadas, esta mixtape podia chamar-se ‘Mundo’. No entanto, chama-se ‘Lisboa’!
Pois! Na verdade, hoje em dia, na maior parte das cidades, o mundo está todo representado. A minha música pode ser estranha pela quantidade enorme de influências que tenho, sendo, por isso, difícil de explicar. Eu sou um português, branco, que canta em jamaicano, filho de mãe inglesa e que tem influências cabo-verdianas. Sempre tive dificuldade em explicar porque é que faço esta música, mas a verdade é que eu sou apenas um produto do sítio onde cresci. Este título ‘Lisboa’ é a única maneira de explicar a minha música.
Como é que era essa Lisboa quando o Richie se começou a movimentar na música?
Era bastante diferente. Na verdade, eu comecei a minha carreira muito fechado na linha do Estoril e num circuito de bares que havia entre Carcavelos e Cascais. Essa zona tinha grande atividade. Tocávamos em tudo o que era bares, com o pessoal dos liceus. Quando fomos para Lisboa, o reggae estava muito na moda. Todos os dias havia reggae em todos os bares, mas havia menos movimento do que há hoje.
Mas já havia esta Lisboa multicultural?
Eu sempre lidei com muitas culturas. Desde puto que frequento festas reggae e ali encontrava muitas culturas diferentes. Toda a gente se conhecia e toda a gente partilhava.
Crescer em Lisboa foi determinante para ser o artista que é hoje?
Não tenho dúvidas disso. Sempre viajei muito, mas também sempre vivi cá. Eu nasci e fiz-me artista aqui.
Mas chegou a dizer, a determinada altura, que sentiu necessidade de ir para fora e conhecer, por exemplo, a Jamaica!
Sim. Houve alturas em que me sentia mais um artista jamaicano do que português. Quando entrei no mercado da música, sentia-me um pouco desenquadrado. As referências da música portuguesa estavam muito ligadas ao passado e a artistas que a mim não me diziam nada. Os grandes artistas portugueses não tinham as mesmas influências do que eu. Hoje, esta Lisboa tem muito mais a ver comigo.
Como é que é hoje a sua relação com a Jamaica?
Continuo a ir lá mas não tantas vezes quanto gostaria. Há um ano e meio que não vou lá, mas depois do concerto de dia 2 é a primeira coisa que vou fazer.
E como é que é a sua vida quando lá está? E só consumir música?
Também não há grande alternativa (risos). Quando venho da Jamaica, tenho sempre vontade de trabalhar mais.
Jamaica é para si um país inspirador?
Na Jamaica há centenas de artistas que não têm metade do sucesso que eu tenho e que trabalham o dobro do que eu. Lá, uma em cada cinco pessoas é artista e tem que trabalhar insistentemente com metade dos meios que nós temos. E isso é inspirador. Gosto dessa maneira de ver as coisas.
"FAZER O QUE ME APETECE"
Só os vídeos que lançou durante o ano passado perfazem mais de 25 milhões de visualizações no YouTube. Como é que olha para estes números?
Eh pá! Não sabia. Nem sei como processar isso (risos). É um bom sinal. Eu fiz esta transição para esta mixtape porque senti que precisava de a fazer. Correr riscos e saber que isso correu melhor do que esperava dá- -me uma motivação extra. Estas visualizações dizem-me que estou no caminho certo.
O que vai seguir-se ao espetáculo da Altice Arena?
Eu acho que esta mixtape mostra muito do que pode vir a ser um novo álbum. Quero continuar a fazer músicas com este mesmo ADN, mas mais bem feitas (risos).
Encontrou uma fórmula?
A fórmula é fazer aquilo que me apetece e confiar nas pessoas.
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