'Se eu fosse Ladrão… Roubava’ é o novo filme de Paulo Rocha, depois de uma pausa de seis anos, e "terá estreia ainda este ano". A informação foi dada ao CM por Laura Malaquias, prima do realizador de ‘Os Verdes Anos’ e ‘Rio do Ouro’.
Rodado há dois anos em Ovar (onde o realizador de 76 anos reside desde o Verão, perto de familiares), o filme "está em negociação para festivais", disse Laura Malaquias. "‘Se eu Fosse Ladrão… Roubava’ é uma homenagem a outros filmes do Paulo Rocha. Vai ser um sucesso." O CM tentou falar com o cineasta sobre a obra mas, segundo a prima, o seu estado de saúde não permite, para já, entrevistas. Recorde-se que Paulo Rocha teve um acidente vascular cerebral há cinco anos e desloca-se em cadeira de rodas.
Dificuldade de contacto têm alguns amigos e elementos da equipa do filme, que admitiram ao CM preocupação face ao afastamento do cineasta, que deixou Lisboa há seis meses. José Edgar Feldman, responsável pela montagem das películas de Rocha desde 1998, diz estar "preocupado". Com o cineasta e com o filme. "Fui ao Furadouro [Ovar] mostrar o filme ao Paulo, em Setembro, e desde então não consigo falar-lhe."
"Quis fazer um filme com ele para a Capital da Cultura e desde o Verão que não consigo contactá-lo", disse ao CM a realizadora Margarida Gil. "Parece que não tem telemóvel", reforçou.
A informação é confirmada pelo realizador Alberto Seixas Santos, que o visitou há duas semanas. "De facto, não tem telefones e por isso fui visitá-lo", disse o amigo de cinco décadas.
ACTORES ESTÃO ANSIOSOS POR VER PELÍCULA
Luís Miguel Cintra e Isabel Ruth, actores principais de ‘Se eu Fosse Ladrão... Roubava’ – e habituais colaboradores de Paulo Rocha –, também não têm estado com o cineasta. Mas estão ansiosos por ver o resultado. A cópia final da película, sabe o CM, foi entregue no Instituto do Cinema e Audiovisual em Agosto de 2011. "Falei com o Paulo por telefone no fim do ano e ele disse-me que o filme está pronto", contou a actriz, que tem três personagens na trama. Cintra só filmou um dia, "mas foi comovente". "O filme é sobre memórias da família do Paulo e é muito pessoal", frisou. Seixas Santos, que já viu a longa-metragem, considerou: "É estranho porque é feito com bocados de outros filmes dele."
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