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Filme ‘Portugueses’ chega esta quinta-feira às salas de cinema

Vicente Alves do Ó estreia nesta semana filme com um olhar “muito diferente” sobre a Revolução dos Cravos.

03 de junho de 2025 às 01:30

Chega nesta semana às salas de cinema um filme com que o realizador Vicente Alves do Ó sonhava desde 2020, quando se começou a antecipar a celebração dos 50 anos do 25 de Abril. Ao CM, o cineasta – o mesmo que assinou ‘Al Berto’, ‘Florbela’ e ‘Amadeo’ – conta que não lhe apetecia falar “dos heróis nem das grandes figuras da Revolução, mas sim dos anónimos – aqueles de quem não reza a História” e, também, “dos cantautores, que andaram com este País às costas, insuflando esperança em todos nós”.

“Pus-me a escrever, a magicar uma forma de falar sobre o tema de uma maneira diferente e quis arriscar”, admite o cineasta. “Assinei um filme que é diferente de tudo o que fiz até ao momento e que, espero, vá abanar as consciências.”

Pelo grande ecrã passam 50 atores, para interpretar outras tantas personagens – desde empregadas domésticas a altos quadros do regime salazarista, da senhora da limpeza à dondoca que nunca estrelou um ovo. E pelas vozes de todos passam ideias, frases que todos já dissemos ou ouvimos. E não só antes do 25 de Abril. Não só depois do 25 de Abril. Mas hoje, ainda. Vicente Alves do Ó diz que é mesmo assim. “Naquelas personagens estamos todos nós. Em cada uma delas há algo que nós já pensámos ou dissemos. Ou que ouvimos dizer a alguém que nos é próximo. Mudámos, afinal, tão pouco”, observa. “Há aspetos em que o País mudou, mas as pessoas não mudaram. Há aspetos em que as pessoas mudaram e o País não mudou. É isto. Somos os portugueses, com todas as nossas contradições”, sublinha.

Com um elenco grande – e recheado de nomes sonantes, como Luís Esparteiro, Ana Bola, Rui Melo, João Tempera, Vítor Norte, Ana Guiomar ou Sandra Faleiro – as canções são todas aquelas que marcaram os tempos pré ou pós Revolução. ‘Lembra-me um sonho lindo’, de Fausto Bordalo Dias, é interpretada por Nuno Represas, filho de Luís Represas e que está no filme. É apenas um exemplo. “Fui muito feliz a rodar este filme”, conta Vicente Alves do Ó. “E agora ficaria muito feliz se as pessoas o fossem ver. Sobretudo os mais jovens, que votam. Há assuntos que não devem ser esquecidos…”

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