A festa da musicalidade continua a animar Cabo Verde.
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O Plateau da Cidade da Praia, em Cabo Verde, está em festa. Os palcos situados na Rua Pedonal e Praça Luis de Camões são um vai-vem de concertos intercalados e as ruas são o ponto de encontro e desencontro entre artistas, jornalistas, profissionais da world music e a população, todos unidos para o Atlantic Music Expo
A primeira banda a pisar o palco da Rua Pedonal, os Terrerro, veio do interior de Santiago e deu as boas vindas com os ritmos mais antigos de Cabo Verde.
Também de Santiago, Carlos Lopes, ou Orelha Azul (nome pelo qual também gosta de ser identificado), apresentou o seu álbum Kanta pa skece (canta para esquecer), com o apoio das bem dispostas Batucadeiras de São Tomé e Principe que assistiam ao concerto e batiam palmas bem ritmadas.
A música popular nordestina esteve também representada pela brasileira Renata Rosa. Com o seu violino, acompanhado por instrumentos tradicionais brasileiros, mostrou o seu recente trabalho Encantações. A norte do canal de Moçambique situa-se a ilha Mayote, de onde chegou N'Toro Chamou com o seu novo álbum Punk Islands, que muito agradou ao público praiense.
Da Ilha do Fogo, bem perto de Santiago, Assol Garcia expôs os ritmos do tradicional Talaia Baxo. Acompanhada pelos "Tubarões" Totinho no saxofone e Jorge Pimpa na bateria, a artista interpretou o muito desejado pelo público Beijo Furtado, o hit do momento em Cabo Verde.
A noite de terça-feira chegou ao fim com o reaggae criolo dos Rainbow.
'Bandido' encerra as hostilidades
Jay foi o ponto alto do terceiro dia de Atlantic Music Expo (segundo aberto ao público), o 'bandido' (Jay & bandidos) encerrou a noite com o seu showcase bem delineano. A "jogar em casa", mostrou que está bem preparado para voos mais altos, depois de experiências em Portugal e na Noruega. Jay fez dançar e saltar a Rua Pedonal da cidade da Praia com alguns dos seus êxitos recentes e outros mais antigos. Um encore tornou-se inevitável: o público pediu Nu sta dodu (estamos doidos) desde o início do concerto, e se os fãs já estavam entusiasmados ainda mais ficaram com a garra com que o cantor interpretou a música.
Outro caboverdiano que também passou pelo Plateau foi Hélio Batalha. O rapper 'vadio' de Santiago encheu a Praça Luís de Camões com a sua música de intervenção, que agradou a diversas gerações. Todos cantaram em coro a palavra 'fome' no tema O ki fomi tchiga (ao que a fome chega)
Outros artistas não cabo verdianos também atuaram, como foi o caso de Vox Sambou, que trouxe o reggae do Haiti, Marema do Senegal ou Ali Faiq & Amarg Experience, que encantou com música tradicional marroquina. No último dia de Atlantic Music Expo, a portuguesa Mara apresentou o seu disco Folha de rosto. Fez-se silêncio no átrio do Palácio da Cultura da Cidade da Praia, local onde se realizaram shows mais intimistas ao início da tarde.
Abriu o palco da Rua Pedonal a italiana Flo, uma voz que surpreendeu, com um ritmo napolitano que contagiou a plateia. Entrou depois em palco Kady, mais uma voz de Cabo Verde que acaba de lançar o seu álbum de estreia Kaminho. Finalmente, Thairo Kosta fechou os concertos na Rua Pedonal. O cantor, oriundo do interior de Santiago, frizou que quem pensa que Cabo Verde não é África está enganado. A sua raiz é 'finaçon' e o seu batuque facilmente dá lugar ao hip hop que o cantor faz com talento.
Thairo tem uma nomeação para melhor videoclipe dos Cabo Verde Music Awards deste ano com Sentru di injuria, que se tornou bastante popular entre os apreciadores da nova geração de artistas determinados em lutar por um Cabo Verde melhor.
O Ministro da Cultura ainda em funções não resistiu a matar saudades do palco, que pisou no encerramento oficial do Atlantic Music Expo na Praça Luis de Camões. Mário Lúcio foi chamado ao palco pelo guitarrista das Ilhas Canárias, José del Pino, e foi ainda acompanhado por Tete Alhinho, recordando os Simentera
Depois do AME, o Kriol Jazz Festival
Após o Encerramento do AME, o mesmo palco recebeu o Kriol Jazz Festival. O grande homenageado da 8.ª ediçao é Chico Serra, pianista do mítico grupo Voz de Cabo Verde, que tocou duas mornas e até estava pronto para continuar a atuação, mas acabou por agradecer a homenagem em vida (para poder disfrutar da distinção) e deixar a deixa para um futuro concerto na Praia.
No que diz respeito ao cartaz propriamente dito, o primeiro nome a entrar em palco foi Ron Savage Trio, já 'habitue' do evento. R&B
e gospel foram interpretados com mestria tendo a participação deste ano contado com a cantora Nadia Washington. Do Luxemburgo veio a Jeff Herr Corporation, um trio de jazz com bateria, contra-baixo e saxofone.
A fechar o primeiro dia, de França (mas com nacionalidades latino-americanas) vieram os El Gato Negro, com uma mistura de ritmos latinos. Sempre divertidos em palco, conseguiram fazer com que o o público saísse das cadeiras.
Ainda no âmbito dos dois festivais, Ceuzany e Fattu Djakite atuaram no espaço XPTO.
Para sexta-feira e sábado o festival conta com a participação dos portugueses Carlos Martins Quarteto, com a participação de Jenifer Solidade, o muito esperado Paulo FloresAziz SahmaouiSpanish Harlem OrquestraDina MedinaTania Maria do Brasil, o baixista Charnett Moffet com o guitarrista Stanley Jordan, estando o encerramento do festival marcado para o grande baterista africano Paco Séry, acompanhado na guitarra por Ivan Medina.
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