Dragão com final feliz no Jamor
Penálti apontado por Alex Telles, aos 90+6 minutos, depois de uma longa consulta ao VAR, dá os três pontos aos campeões.
O FC Porto teve tudo nas mãos (nos pés) para sair do Estádio Nacional, no vale do Jamor, com um triunfo tranquilo. Mas acabou por sofrer a bom sofrer para regressar à Invicta com os três pontos na bagagem. O golo que lhe valeu o triunfo chegou aos 90+6’ minutos, na forma de um penálti marcado por Alex Telles, e depois de uma longa espera pela decisão do VAR, que entendeu ter havido mão na bola de Henrique após um remate de Herrera.
O VAR, de resto, foi protagonista deste encontro. Foi num lance semelhante que o Belenenses regressou ao jogo, aos 55 minutos, numa altura em que perdia por 0-2 e parecia aniquilado. Uma ilusão.
Vamos ao início. Foi descolorido o começo da partida. FC Porto e Belenenses imprimiram baixo ritmo ao jogo, o que facilitou o trabalho a quem defendia, dada a previsibilidade de quem atacava. Era a equipa das riscas a que tinha mais bola, mas essa parecia ser uma estratégia assumida pela formação comandada por Silas: dar a iniciativa ao adversário para o tentar surpreender no contrapé.
O jogo estava nisto quando um erro de Felipe, num mau atraso para Casillas, causa um calafrio nas hostes do FC Porto. Keita interpôs-se e quase marcou, valendo a atenção do guarda-redes.
O lance fez exasperar Sérgio Conceição. Descontente com o rumo que o jogo estava a levar, o técnico deu ordem de aquecimento a três jogadores. Uma medida de pressão para quem estava a jogar e um sinal óbvio, atirado para dentro do relvado, de que não era aquilo que pretendia.
Dentro do campo a equipa acusa o toque. Reage. E pouco depois constrói o primeiro lance de perigo, com André Pereira a atirar de cabeça à barra. Era o prenúncio do golo que acabaria por surgir pouco depois, aos 26’, por Diogo Leite, de cabeça, após livre/cruzamento de Alex Telles em jeito de canto mais curto.
A segunda parte começa com um erro enorme de Dálcio, que faz um mau atraso para Muriel. Otávio capta e faz o 0-2. Parecia uma sentença. Não foi. O Belenenses regressa ao jogo com o penálti que puniu mão de Diogo Leite. A equipa de Lisboa acredita, cresce e o FC Porto treme. O jogo fica partido. Tudo pode acontecer. O 1-3 ou o 2-2. É mesmo o 2-2, por Keita, aos 83’ na exploração de erros da defesa portista.
O empate adivinhava-se mas o VAR e Alex Telles sossegam o dragão.
"Não fomos inteiramente eficazes"
ANÁLISE
Jogo aberto
Após o primeiro golo do Belenenses (1-2), o jogo ficou aberto. O meio-campo passou a ser uma zona de passagem rápida, com ambas as equipas empenhadas em chegar depressa à frente. Era bom que o futebol fosse sempre assim.
Sobraram bancadas
O cenário majestático do Estádio Nacional, no vale do Jamor, merecia outra moldura humana, num velho clássico do futebol português. Sobraram bancadas num jogo em que estava em campo o campeão nacional. Coisas do futebol.
Carlos Xistra desatento
Carlos Xistra estava desatento no lance em que Diogo Leite (FC Porto) comete penálti. Tão evidente ele foi que não teria sido preciso o reparo do VAR para assinalar a falta. Já no segundo penálti, o escrutínio, em tempo real, era mais complicado.
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