Morte na Luz vai a julgamento

Juíza decidiu seguir acusação contra 22 adeptos dos No Name Boys e da Juventude Leonina.

17 de abril de 2018 às 01:30
homicida, crime, Luz, silêncio, estádio, adepto, Marco Ficini, atropelamento, Luís Pina,
Marco Ficini, o adepto atropelado junto ao Estádio da Luz
homicida, crime, Luz, silêncio, estádio, adepto, Marco Ficini, atropelamento, Luís Pina, Foto: Direitos Reservados
batalha, arguidos, homicídio, crime, Luz, Estádio, batalha campal, atropelamento, Marco Ficini Foto: Direitos Reservados
estádio da Luz, morto, crime. atropelamento, No Name Boys, Marco Ficini Foto: Direitos Reservados

1/5

Partilhar

O crime ocorreu em abril do ano passado numa das entradas do Estádio da Luz, em Lisboa. Marco Ficini foi atropelado mortalmente por Luís Pina, após um confronto violento entre elementos dos No Name Boys e da Juventude Leonina.

O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu esta segunda-feira levar 22 adeptos a julgamento. Luís Pina vai acusado de um crime de homicídio qualificado e outros quatro tentados. Os restantes 21 arguidos respondem por participação em rixa, omissão de auxílio e dano com violência.

Pub

"Fazendo um juízo crítico sobre os indícios constantes nos autos, terá de se concluir que são suficientes para poder imputar o cometimento dos crimes", refere o despacho do tribunal, a que o Correio da Manhã teve acesso. Todos os arguidos estão em liberdade. Mesmo Luís Pina, depois de ter sido libertado em março, por excesso de prisão preventiva - não foi proferida decisão instrutória no prazo máximo de dez meses após a data em que lhe foi aplicada a cadeia.

"Luís Pina, apercebendo-se que a vítima [Marco Ficini] poderia fugir, guina para a direita e atinge-a com a parte frontal, atropelando-a e arrastando-a por quinze metros passando-lhe por cima. Luís Pina saiu do veículo, viu a vítima caída no chão, não lhe prestando auxílio e abandonando o local", concretiza o despacho.

Pub

"Sem intenção de matar"   

E acrescenta: "O vidro dianteiro está estilhaçado e procurando circular pela sua faixa de rodagem apercebe-se que embate noutro veículo e que o seu veículo passou por cima de alguma coisa." Luís Pina concluiu que não seguia a alta velocidade.

Segurança reforçada 

Pub

Segurança reforçada 

Ontem, a segurança foi reforçada no Campus de Justiça. Os agentes da PSP tentaram evitar o que aconteceu no dia 22 de março, após o debate instrutório, quando os adeptos se envolveram em confrontos no exterior do tribunal. Apenas quatro arguidos estiveram presentes.

PORMENORES 

Homicídio negligente

Carlos Melo Alves, que defende Luís Pina, refere que o crime em causa devia ser homicídio negligente e não qualificado. "Vamos provar isso em tribunal, durante o julgamento", disse à saída do Campus de Justiça.

Pub

"Tudo no mesmo saco"

Já Aníbal Pinto, advogado de um dos arguidos, adepto do Sporting, que está acusado de participação em rixa e omissão de auxílio, refere que "foi metido tudo no mesmo saco". E acrescenta: "É mais cómodo levar tudo a julgamento, como aconteceu aqui."

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar