Clube acusa Juve Leo e Directivo XXI de “tentativas de agressões a dirigentes e adeptos”.
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"Basta!", diz Frederico Varandas, presidente do Sporting, que ontem cortou com os apoios às claques Juventude Leonina e Directivo XXI. A decisão foi revelada em comunicado e deve-se à "escalada de violência que culminou com tentativas de agressões físicas a dirigentes e adeptos".
Sporting cancela todos os apoios à Juve Leo e Directivo
Os adeptos cercaram o presidente e só o reforço policial evitou agressões e que pedras e garrafas arremessadas o atingissem. Ainda assim, partiram o vidro do automóvel de Miguel Afonso, vogal do Conselho Diretivo, que apresentou queixa às autoridades.
O Sporting assume que "não pode compactuar com comportamentos violentos" e promete "coragem e lucidez por muito difícil que seja alterar hábitos e privilégios antigos", recordando os "crimes cometidos em Alcochete".
O fim do protocolo com as claques é justificado também pelo facto de estas não estarem a cumprir a função: "Apoiar as equipas do clube".
Acrescenta ainda o comunicado: "Se é usada violência física ou verbal e isso faz com que os atletas sintam que ‘jogamos sempre fora’, então não estão a servir o clube".
O Sporting reconhece "divergências legítimas e críticas justas", mas apela para que "não haja nenhum tipo de oportunismo político em torno desta questão". "Apesar das ameaças e coação, todos têm de enfrentar este problema que se arrasta e que se agrava a cada dia que passa".
O CM sabe que Frederico Varandas não equaciona demitir-se. Leia o comunicado do Sporting na íntegra:
"O Sporting Clube de Portugal e a Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD informam que, na presente data, resolveram, com efeitos imediatos, os protocolos celebrados, no passado dia 31 de Junho, com a Associação Juventude Leonina e com o Directivo Ultras XXI - Associação.
Esta resolução é determinada em virtude da escalada de violência que ontem culminou com tentativas de agressões físicas a dirigentes e outros adeptos do Sporting Clube de Portugal.
Regista-se também o incumprimento sistemático, por aqueles Grupos Organizados de Adeptos (GOA), das diversas obrigações que para si resultam dos referidos protocolos, nomeadamente a obrigação prevista na cláusula 3.1., mediante a qual "O GOA obriga-se a que os responsáveis dos GOA, os Sócios SCP dos GOA ou simpatizantes cumpram a lei (nomeadamente a Lei n.º 39/2009 de 30 de Junho, na redacção resultante da Lei n.º 52/2013, ou outra que venha a suceder-lhe), os Estatutos do SCP e os Regulamentos, no respeito das Instalações Desportivas do SCP e das pessoas e bens e o disposto no presente protocolo", de que são exemplo as multas suportadas pelo SCP e SCP - Futebol, SAD por comportamento dos adeptos.
Mas, mais importante ainda do que estes factos, a resolução é determinada por aqueles GOA terem vindo a faltar sistematicamente no apoio devido aos atletas do Sporting CP, nomeadamente da equipa principal de futebol, razão primeira da celebração dos referidos protocolos. Com efeito, a única razão de fundo para a celebração dos protocolos é permitir aos GOA as melhores condições para o apoio aos atletas das equipas do Sporting CP; e, faltando esse apoio, falta, naturalmente, a razão de ser da vigência do protocolo.
O SCP e a SCP - Futebol, SAD cumpriram, integralmente, os protocolos; e esperavam da Associação Juventude Leonina e do Directivo Ultras XXI - Associação igual cumprimento integral.
O Sporting Clube de Portugal é uma instituição centenária, que sempre fez o seu trajecto no respeito do Desporto e que não pode compactuar com comportamentos violentos, contrários à lei e que apenas contribuem para o afastamento dos restantes Sócios e adeptos dos recintos desportivos. O Sporting Clube de Portugal rege-se pelos seus princípios e não abdicará deles, por muito difícil que seja alterar hábitos e privilégios antigos e sem qualquer justificação dentro do Universo Sportinguista.
Procurámos, com o máximo de abertura possível e pensando exclusivamente no apoio às nossas equipas, reformatar a relação que vinha sendo mantida com os nossos GOA e reformulámos os protocolos de relacionamento, reduzindo benefícios e aproximando os membros dos GOA dos direitos e obrigações que os demais Sócios do Sporting Clube de Portugal têm.
O futuro do Sporting CP define-se inevitavelmente nas decisões que tomarmos hoje e há coisas que já não podem ser toleradas, menosprezadas e que temos de enfrentar com coragem e lucidez. Não decidir será causador dos maiores danos para o destino do Clube.
O presente do Clube é também uma consequência do seu passado. Os crimes cometidos em Alcochete e que se traduziram no maior ataque desportivo, financeiro e humano ao Sporting Clube de Portugal estão na memória de todos e a História não se apaga. Foram dezenas de milhões de euros de prejuízos, danos reputacionais inestimáveis para a imagem, nome e marca Sporting CP. Foi a página mais negra da História do Sporting Clube de Portugal com um impacto muito negativo para o bom nome do Clube, infelizmente com consequências que perduram e dificultam a relação do Clube com outros clubes, dirigentes, agentes, jogadores e treinadores. Mas o que aconteceu tem de servir para que se retirem ilações e devemos, no limite, aprender com essa tragédia. Aprender implica não repetir os erros do passado e não tolerar as tentativas de repetição como o ocorrido na mais recente invasão à garagem em Alvalade. E com que intuito? Mais agressões, mais rescisões, mais perdas.
Uma claque, seja ela qual for, tem uma função: apoiar as equipas do clube. Se é usada para outros fins, se ameaça sócios nos estádios, recintos e assembleias gerais, se usa a violência física ou verbal contra atletas, treinadores, técnicos, dirigentes e outros sócios, se essa violência é gratuita ou patrocinada, se essa violência é espontânea ou instigada, se acha que está acima dos outros sócios, se ataca e desvaloriza o clube e o seu bom nome, se causa prejuízos de milhões de euros ao clube, se faz com que o clube pague centenas de milhares de euros em multas, se é notícia pelos piores motivos, se nem sequer apoia o Sporting Clube de Portugal, se faz com que os atletas sintam que "jogamos sempre fora", então não está a servir o Sporting Clube de Portugal, então não está a desempenhar a função para que foi criada.
Por fim, está em dívida a segunda prestação relativa à regularização da bilhética de 2018/2019, vencida em 9 de Outubro passado, facto que origina, nos termos da Lei, o vencimento automático de todas as demais prestações previstas no Anexos aos Protocolos.
Assim, decidiu o Sporting Clube de Portugal, a bem dos seus Sócios, atletas, dos seus profissionais, a bem dos superiores interesses desportivos e financeiros do Sporting Clube de Portugal, e do seu futuro, terminar, com efeitos imediatos, o protocolo existente com quem violou dolosamente e conscientemente obrigações desse mesmo protocolo, com quem violou os estatutos do Sporting Clube de Portugal, com quem violou a lei da República Portuguesa, com todas as consequências que daí advirão.
Esta é uma questão muito séria, não exclusiva do Sporting Clube de Portugal, e que a partir dum certo momento tem de ser tratada pelo Estado Português. A violência no desporto e os meios de combate à mesma não são uma questão que o Clube deva tratar sozinho. Mas esta não é também uma questão somente do Estado Português, porque a violência no desporto preocupa e muito as mais altas instâncias do Futebol Mundial, UEFA, FIFA. Em inúmeros Estados Europeus, nomeadamente em Inglaterra, houve coragem para lidar, combater e erradicar a violência dos estádios e recintos desportivos.
Esta questão é demasiado séria. Apelamos que, não obstante divergências legítimas, independentemente de críticas que sejam justas e que reconhecemos, apesar de protestos e críticas razoáveis e pertinentes da massa associativa que humildemente aceitamos, haja o maior sentido de responsabilidade. Apelamos ao mais elevado sentido de Estado para quem quer verdadeiramente o bem-estar do Sporting Clube de Portugal. Apelamos ao mais profundo e genuíno Sportinguismo de todo e cada Sócio do Sporting Clube de Portugal. Esta é uma questão estrutural para o presente e futuro do Sporting CP e não meramente conjuntural. Apelamos a todos os sócios do Sporting CP para que não se faça demagogia com este tema, para que não haja nenhum tipo de oportunismo político em torno desta questão. O Sporting Clube de Portugal não merece isso. Nenhuma divergência com qualquer Direcção ou dirigente justifica uma alta traição ao próprio Clube numa questão desta gravidade. Este é um problema que, a bem de todos, a bem do Sporting Clube de Portugal e até do Futebol Português, tem de ser resolvido.
Esta Direcção enfrentou condições muito difíceis e a nossa missão é apesar do contexto pós-Alcochete, apesar do que fizeram de mal, de muito mal ao Sporting Clube de Portugal – a de entregar o Clube num estado melhor, bem melhor, do que aquele em que o recebemos. Essa é a nossa missão.
Dissemos e reafirmamos que nunca, mas nunca, nos faltará a coragem para protegermos e defendermos o Sporting Clube de Portugal seja do que for, seja de quem for.
E apesar das ameaças, da coacção, das injúrias, dos insultos, apesar dos riscos, apesar de tudo, consideramos que temos todos, mas todos, de enfrentar este problema que se arrasta e que se agrava a cada dia que passa, esperando uma regeneração, um novo rumo, da parte de quem quer realmente apoiar o Sporting Clube de Portugal.
Esta é uma questão em que os Sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal devem estar verdadeiramente unidos. É altura de dizer basta. É altura de tomar uma posição. E a única posição possível é a de defender o Sporting Clube de Portugal.
Hoje, lamentando profundamente este desfecho, escolhemos o Sporting Clube de Portugal.
O Sporting CP é de todos. Viva o Sporting CP!
Pelo Sporting CP e pela Sporting CP - Futebol, SAD".
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