Antigo internacional do futebol português, que passou pelo FC Porto e Real Madrid, Carlos Secretário conviveu durante boa parte da sua carreira com a aterosclerose, sem que isso impedisse um percurso notável enquanto futebolista.
“Trata-se de um problema hereditário. O meu pai faleceu vítima de um ataque cardíaco. Até aos 24 ou 25 anos tive sempre níveis aceitáveis de colesterol, mas a partir daí os valores começaram a subir e precisei de tomar alguns cuidados”, conta o antigo jogador, que esteve no 15.º Congresso Português de Aterosclerose, oferecendo o seu testemunho sobre a doença.
Assim que as análises começaram a revelar números altos, passou “a ter alguns cuidados com a alimentação e a ser medicado”. “Ainda hoje isso sucede e sinto-me bem, apesar de não praticar actividade física regularmente, o que, potencialmente, aumenta o risco.”
“O problema não afectou a minha carreira de futebolista. Nunca senti qualquer tipo de reacção adversa. O excesso de colesterol é uma doença muda: por norma só se manifesta num estado muito avançado, o que se traduz em problemas acrescidos. Ou então através da realização regular de análises”, relata quem só abandonou os relvados no final da temporada 2004/2005, já com 35 anos.
Ainda hoje devidamente medicado, Carlos Secretário sujeita-se a exames regulares. “Não passa mais de seis meses sem que faça exames de rotina. É importante esse controlo, a fim de sabermos se o colesterol está ou não dentro dos níveis aceitáveis.”
Quanto os valores se apresentam acima do desejável “há que tomar os cuidados necessários, que passam, sobretudo, por uma alimentação mais regrada, evitando tudo o que possa contribuir para o aumento do colesterol, em particular as gorduras. Já cheguei a ficar assustado em algumas ocasiões e, quando isso sucede, esforço-me para que rapidamente o colesterol volte aos números considerados normais. Felizmente a tendência, no meu caso, é para uma subida do colesterol chamado bom, com menos consequências danosas para a saúde.”
A convivência com a doença não o impediu de cumprir um notável percurso enquanto futebolista profissional nem de continuar ligado à modalidade. “Fui adjunto de Mário Reis no Santa Clara e espero, em breve, abraçar um projecto interessante, pois tenho o curso de quarto nível e quero dedicar-me a fundo à carreira de treinador ou a outra actividade ligada ao futebol profissional. Nada me impede de trabalhar normalmente.”
Nos últimos tempos, e enquanto uma grande oportunidade não aparece no horizonte, Carlos Secretário tem sido presença assídua nos estádios portugueses. “Procuro estar actualizado, observando jogos. Isso faz parte da vida de quem está ligado ao futebol.”
Após uma longa passagem pelo FC Porto, Secretário acompanha de perto a carreira dos dragões. “Estão muito fortes esta época e dispõem já de uma vantagem que poderá ser determinante, pois os principais adversários estão com dificuldades. O Sporting tem uma excelente equipa e é um adversário a ter em conta, mesmo perdendo muitos pontos, e o Benfica mostra grande irregularidade. É capaz do oito e do 80.”
"PREVENÇÃO É FUNDAMENTAL"
“Importa desenvolver cada vez mais acções de prevenção para fazer baixar os actuais números, de todo alarmantes”, refere Mário Espiga de Macedo, presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose, doença que se traduz no envelhecimento progressivo das artérias. “As causas podem ser várias, da hipertensão à diabetes, passando pelo colesterol elevado. É necessária uma interdisciplinaridade cada vez maior, a fim de encontrarmos, entre um vasto leque de especialidades, as soluções mais práticas e eficazes para combatermos esta doença”, assinala Mário Espiga de Macedo.
Carlos Alberto de Oliveira Secretário nasceu em São João da Madeira a 12 de Maio de 1970 e destacou-se nas camadas jovens do Sporting, de onde transitou para o FC Porto. Chegado a sénior, foi emprestado ao Penafiel, Famalicão e Braga, antes de se impor no plantel dos dragões. Viria a somar triunfos no campeonato nacional, na Taça de Portugal e na Supertaça e esteve época e meia no Real Madrid, de onde regressou ao FC Porto. Abandonou os relvados no Verão de 2005. Soma 35 internacionalizações na Selecção A e esteve nos Europeus de 1996 e 2000.
CAUSA DE MORTE
As doenças do aparelho circulatório originadas pela aterosclerose são responsáveis por 34 por cento das mortes ocorridas em Portugal e figuram também como a principal causa de morte na Europa.
COLESTEROL
Mais de 60 por cento da população portuguesa tem colesterol elevado, número considerado “muito preocupante” por Mário Espiga de Macedo, presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose.
HIPERTENSÃO
Cerca de 40 por cento dos portugueses é hipertenso e só 11 por cento dos casos está controlado. Mais de 30 por cento da população debate-se com problemas relacionados com a obesidade.
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