Ex-presidente do Sporting dá entrevista em registo pessoal a Júlia Pinheiro, na SIC.
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Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, deu esta sexta-feira uma entrevista em registo pessoal ao programa de Júlia Pinheiro na SIC. A conversa centrou-se no percurso de vida do dirigente que foi demitido pelos sócios da presidência do Sporting em junho.
Na conversa, Bruno assume-se como um "betinho" que aprendeu "a falar com todos" quando assumiu a liderança de uma empresa de construção civil. "Consigo falar com pedreiros como com um sheik", diz Bruno.
"Sou capaz de chegar a uma reunião, ouvir as pessoas e mudar de opinião, mas, regra geral, as pessoas fazerem pouco esforço para pensar um bocadinho", acrescenta o ex-presidente leonino, que confessa detestar "pessoas pouco inteligentes".
"Sempre fui um líder desde a pré-primária", conta ainda Bruno de Carvalho, que revela que, já quando era criança, tomou conta da casinha com que brincava com os amigos no quintal. Mas admite: "detesto que não gostem de mim". E revela-se pouco confiante no futuro coletivo: "não sou um otimista do ser humano nem sou um otimista do futuro do país".
Bruno de Carvalho diz que, aos 15 anos de idade, estabeleceu um plano que previa quando queira sair de casa, quando ia começar a trabalhar e "quando ia ser presidente do Sporting". Sobre o jovem Bruno diz ainda: "Tenho de dizer, não fiquem chocados comigo, eu sou mesmo um filho da mãe. Sou filhinho da mamã. Nunca houve entre nós segredos absolutamente nenhuns, quando fazia asneiras na escola contava à minha mãe. A minha mãe é o meu primeiro grande amor."
Júlia Pinheiro sublinhou um episódio contado por Bruno de Carvalho. "Tive uma namorada chinesa quando era criança que gostava tanto de mim que, quando teve um filho, muitos anos depois, chamou-lhe Bruno. "Há um chinesinho que se chama Bruno por minha causa".
Bruno cita uma frase do tio-avô, Pinheiro de Azevedo, antigo primeiro-ministro dos tempos do PREC:"Primeiro é preciso criar fama de maluco, depois é preciso mantê-la", diz Bruno, dizendo que usou este estratagema para levantar o Sporting, que estava mergulhado numa crise quando chegou a Alvalade.
O ex-presidente diz que uma das coisas mais negativas que experimentou como presidente do Sporting foi ser abordado de modo agressivo, nas presença das filhas. "As pessoas não têm respeito nenhum", concluiu Bruno, que revela que chegou a ser incomodado quando estava com a família no carro.
Episódio dramático com a filha em risco de vida
Bruno de Carvalho contou a Júlia Pinheiro o drama que passou com o nascimento da filha mais nova, no início de 2018. "Os médicos disseram-me que a minha filha podia morrer. Tive de pedir aos meus colegas de direção que ajudassem". Mas Bruno diz que não teve essa soldariedade. "Continuei a ser sempre eu a dar a cara".
Traído por colegas da sua direção
Na entrevista, Bruno diz ter-se sentido tráido por colegas da direção, durante a crise que fez caír a sua liderança: "Cinco elementos do meu Conselho Diretivo apresentaram-se a eleições sem falar comigo. Não tiveram essa lealdade".
As melhores frases de Bruno de Carvalho Brinquedo
"O meu primeiro brinquedo foi um urso de peluche. Depois começaram a vir os leões. Tive uma excelente infância. Um dia sem querer caí da cadeira e um dos meus dentes de leite foi todo todo para dentro da gengiva e depois, mais tarde, fiquei com um dente verde. Há uma ligação muito forte, há aqui qualquer coisa...
Primeira ida ao estádio
"A minha primeira ida ao estádio foi com o meu pai, com 6 anos. Disse-lhe que um dia ia ser presidente daquele clube"
Valor da palavra não
"Ensinaram-me uma série de valores, quando comecei a ter mesada, por exemplo, se gastasse acabou. Não havia adiantamentos. Havia amor, mas o meu pai era altamente ríspido. A minha teimosia não é daí que vem, aliás, não acho que seja teimosia. O que não gosto é de estar 12 horas, que foi o meu máximo, em reunião e depois de uma pessoa sair é quando eles começam a discutir a decisão que foi ali tomada."
Jovem Bruno
"Tenho de dizer, não fiquem chocados comigo, eu sou mesmo um filho da mãe. Sou filhinho da mamã. Nunca houve entre nós segredos absolutamente nenhuns, quando fazia asneiras na escola contava à minha mãe. A minha mãe é o meu primeiro grande amor."
Adolescente rebelde
"Acho que fiz tudo no tempo certo. Acho que fui um excelente filho. Fiz os meus disparates, os 15 anos são momento de alguma loucura - saía das aulas pela janela e voltava outra vez - foi a altura de tudo."
Betinho
"Era Betinho. As pessoas acham que não, chamam-me muitos nomes. Mas sou uma pessoa que sei estar com 600 pedreiros a tarde toda. Mas não daqueles betinhos que querem ser. Os meus pais lutaram para eu ter formação como homem, como pessoa e como profissional Choco a minha mãe quando digo asneiras."
Asneiras
"Digo em todos os contextos. Tive a minha empresa durante 20 anos, uma empresa de construção. Ia de fatinho, não dizia asneiras e um dia ouvi uma conversa entre dois funcionários a chamarem-me 'gravatas', que para mim que estavam a ganhar dinheiro. Fui a casa, vesti umas calças de ganga, uma t-shirt e comecei a domar a obra com má criação. Há locais onde sem má criação você não vai a lado nenhum."
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