Andrade e Sousa, advogado, foi afastado da direcção do gabinete jurídico do Benfica, cargo que exerceu durante 7 anos. No momento da saída, consumada anteontem, tece duras críticas ao facto de os destinos da SAD e do futebol dos encarnados estarem nas mãos de adeptos dos rivais
Correio da Manhã – Como reage ao seu afastamento do cargo de Director Jurídico do Benfica?
Andrade e Sousa – Apenas o faço porque tenho o direito de me defender da ideia de que a minha saída se reduz a uma questão menor do envio de um e-mail para a pessoa errada. Trabalhei arduamente no Benfica ao longo de sete anos e não aceito a ligeireza com que se pretende agora justificar esta mesma saída.
– É ou não verdade que enviou um e-mail a alguém com considerações sobre o Director-geral do Benfica, Domingos Soares de Oliveira?
– Confirmo que quis enviar um e-mail a dois amigos com esse teor mas sem intenção de denegrir publicamente Domingos Soares de Oliveira.
– O que dizia o e-mail?
– Tratava-se de uma mensagem privada e confidencial.
– Que foi parar a um destinatário errado. Porquê?
– Houve um lapso no envio. Contudo, quem o recebeu por engano não o devolveu à procedência nem entregou ao verdadeiro destinatário. O que ele fez (dr. Bernardo Faria de Carvalho, assessor da SAD) foi entregar o e-mail a Soares de Oliveira, em plena violação da correspondência electrónica. Este não hesitou em divulgar o conteúdo da mensagem em reunião da Direcção, na qual exigiu a minha saída.
– Acha que ele não tinha motivos para essa tomada de atitude?
– Foi um pretexto. A verdadeira razão dessa exigência tem a ver com o facto de ele não conviver bem comigo no Benfica, pois sempre fui crítico da presença de profissionais do Sporting, como ele, ou do FC Porto, em altos postos da estrutura empresarial do Benfica. Especialmente quando querem mandar em tudo e todos, chegando a sobrepor-se aos vice-presidentes da Direcção, benfiquistas e eleitos por benfiquistas.
– Soares de Oliveira tem assim tanto poder?
– Não existam dúvidas de que a seguir ao presidente quem manda é Domingos Soares de Oliveira, um sportinguista.
– Porque só agora faz essa acusação? Revanche?
– Internamente, ou seja, nos locais próprios, sempre me manifestei contra a entrega de postos de comando a sportinguistas e a portistas. E sei que há mais pessoas no clube que pensam como eu. Foi esta posição que desgastou o meu relacionamento interno. Entrei no clube pela mão de um presidente, Manuel Vilarinho, mas saio por exigência de um sportinguista. Assim vai o Benfica.
– Já falou com Luís Filipe Vieira?
– Já, mas essa conversa fica entre mim e o presidente.
"DR. GONÇALVES É DO FC PORTO"
Diz que também há portistas a mandar no futebol do Benfica. Quem?
– Como todos sabem, o dr. Paulo Gonçalves, que assumiu a parte jurídica do futebol, contratações, transferências, etc, é portista desde pequeno. Trabalhou no gabinete jurídico do FC Porto com Pinto da Costa durante 3 anos e saiu em solidariedade com Alexandre Pinto da Costa, para o Boavista.
– E se a pessoa em causa for um bom profissional?
– O profissionalismo não está em causa. Mas os benfiquistas têm de saber quem têm em casa. Nesta estrutura, dois elementos, isto é 40% das pessoas presentes nas grandes decisões do Benfica, são do Sporting ou do FC Porto.
José Andrade e Sousa, de 48 anos e sócio do Benfica desde os 12 é advogado. Foi convidado em 2000 por Manuel Vilarinho, por altura da eleição deste para presidente, para integrar o departamento jurídico do clube.
Em 2003 assumiu as funções de Director Jurídico, tendo ganho grande notoriedade pública com a defesa de Nuno Assis no caso da análise positiva. Diz que os sete anos no Benfica foram “os mais felizes e estimulantes” da sua vida.
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