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Sporting: saídas com estrondo

Símbolos do Sporting deixam Alvalade pela porta pequena, entre vários conflitos.

31 de julho de 2010 às 00:00

João Moutinho era um dos frutos mais suculentos do Sporting mas saiu de Alvalade sob o rótulo de "maçã podre", atribuído pelo presidente.

Uma ‘deserção' pela porta pequena de um clube de onde têm saído muitos jogadores de forma pouco pacífica. O Correio Sport foi tentar perceber as causas para estes ‘divórcios litigiosos' e com ressentimentos pelo meio.

"No meu caso, queria ganhar títulos, porque sentia que no Sporting me arriscava a terminar a carreira sem ganhar nada", disse Fernando Mendes, defesa lateral-esquerdo do Sporting na década de 80 e produto da formação leonina.

"Na minha geração, nunca ganhei nada no Sporting, e queria outros sítios para ganhar. Sentia-me frustrado por não ganhar títulos. Sentia que era mais fácil ganhar no Porto e no Benfica, e o tempo deu--me razão. Tinha objectivos pessoais. Se tenho continuado no Sporting, se calhar passava a vida inteira sem ganhar nada", referiu.

Mendes admite que o dinheiro tem peso, mas no seu caso não foi a questão financeira que prevaleceu: "Fui para o Benfica ganhar quase o mesmo, mil contos. E no Sporting ganhava 850 contos. Saí porque Jorge Gonçalves perdeu as eleições com Sousa Cintra, e eu disse que só ficava com Gonçalves."

Fernando Mendes lamenta, porém, que haja falta de cultura sportinguista em Alvalade. "Se olharmos para as camadas jovens do Sporting, quantos símbolos do clube estão lá? Há apenas o Lima, que nem é bem símbolo.

Falta passar a mística do Sporting, ter pessoas como o Manuel Fernandes, para que os miúdos aprendam o que é o Sporting e o que representa aquele símbolo. Lembro que até o Manuel Fernandes, grande capitão, saiu mal do Sporting", observou o ex-defesa.

O antigo jogador é da opinião de que deveria haver mais homens da casa e com cultura sportinguista na estrutura. "Ensinam os miúdos a jogar à bola mas, por vezes, parece--me que não se apegam grandemente ao clube", remata.

MAIS SAÍDAS EM COLISÃO

Pedro Barbosa - Saiu de Alvalade por incompatibilidade. Barbosa era capitão de equipa dos leões e disse: "Não me revejo nem me identifico com as pessoas que gerem o futebol do Sporting quer em termos directivos [Rui Meireles e Paulo Andrade], quer em termos técnicos [Peseiro]."

Fernando Mendes - Fernando Mendes saiu do Sporting em 1989, por divergências com a Direcção: tinha-se comprometido a ficar nos ‘leões' apenas se Jorge Gonçalves ganhasse as eleições e acabou por ser Sousa Cintra a ficar como presidente. Assinou pelo Benfica, o que gerou animosidade nos adeptos.

Marco Caneira - Rescindiu com o Sporting quando era uma das grandes promessas do futebol juvenil, e até tinha jogado pelos seniores com 17 anos. O defesa terá sido aconselhado a sair e foi para o Alverca, uma ponte para Itália. Alhandra e Paulo Costa também rescindiram.

Carlos Martins - Problemas de relacionamento com Paulo Bento e acusações de o técnico lhe faltar à verdade levaram Martins a querer sair. Bento abriu-lhe a porta.

Paulo Futre - Como não lhe deram um aumento, saiu para o FC Porto em litígio com João Rocha, alegando não ter condições psicológicas para ser ‘leão'.

Cadete - Incompatibilizou-se com Queiroz num treino e a relação deteriorou-se de tal modo que chegou a pedir a rescisão. Era capitão de equipa.

Luís Figo - Não chegou a acordo para renovar com Cintra e foi ameaçado fisicamente na sala de imprensa de Alvalade pelos próprios adeptos. Era capitão.

Beto - Outro capitão que saiu de Alvalade em baixa. Agrediu Custódio num treino e ficou sem espaço nas escolhas de Bento.

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