Portugal cumpre objetivo em Itália e carimba fase final da Liga das Nações
Defesa de betão sustém a avalancha italiana e segura o empate.
Objetivo cumprido. A seleção portuguesa empatou em Itália, conquistou um ponto e está qualificada para a ‘final four’ da Liga das Nações, que se realiza em junho de 2019. Em Milão, num jogo difícil, extremamente complicado e em que Portugal passou por muitos momentos de aflição, valeu o acerto de uma defesa de betão, que aguentou todas as investidas do ataque transalpino.
A primeira parte foi de grande sofrimento para a equipa lusa, que andou quase sempre atrás do jogo, sem conseguir entrar nele.
A Itália sim, entrou muito forte e empurrou Portugal bem lá para trás. Na tentativa de ajudar o setor que mais precisava, a defesa, as restantes linhas recuaram e jogou-se quase sempre dentro do meio-campo das quinas. E com a bola nos pés dos jogadores transalpinos. Houve momentos em que se assistiram a sucessivas vagas de ataque da Itália, com a defesa portuguesa a fazer um esforço enorme para evitar que a bola chegasse ao fundo da baliza de Rui Patrício, com este a brilhar.
Com a bola nos pés, Portugal sentiu igualmente enormes dificuldades. Não houve ligação e mesmo antes de ser ultrapassada a linha de meio-campo era difícil ver os jogadores portugueses a fazer três ou quatro passes bem conseguidos. Por meia-dúzia de vezes o expediente foi tentar levar a bola nos pés, mas os criativos também estavam presos. Bernardo Silva e Pizzi... eram quase defesas.
A segunda metade começou com mais do mesmo. Mas era impossível à Itália manter o ritmo. Por volta dos 60 minutos Portugal começou finalmente a ter bola. A entrada de João Mário, ou pouco mais à frente, ajudou a equipa a estabilizar. Ganhou-se alguma consistência, faltava então dar o contra-golpe. Viu-se por fim Portugal a chegar mais perto da baliza italiana. João Mário teve uma boa oportunidade e pouco depois William Carvalho obrigou Donnarrumma a uma grande defesa, naquela que foi a melhor oportunidade de Portugal.
A equipa nacional esteve longe de ser brilhante. Foi à guerra em Itália, onde nunca ganhou. Não foi desta. Mas saiu viva da batalha.
ANÁLISE
Conseguido o essencial
Este foi um jogo sofrido, muito sofrido, para Portugal. O ponto positivo é que o objetivo foi alcançado. E a seleção das quinas acaba mesmo por ser a primeira a conseguir o apuramento para a ‘final four’ da Liga das Nações, a realizar em junho.
Tão recuados...
É um lugar comum dizer-se que uma equipa joga o que a outra deixa. E valha a verdade que a Itália aproveitou da melhor forma o facto de Portugal jogar com linhas demasiado recuadas. Por arrasto, toda a equipa atuou longe da baliza transalpina.
Boa arbitragem
Boa arbitragem. Por mais de uma vez, os italianos pediram penálti em lances divididos na área portuguesa. Em nenhuma delas com razão. Muito bem também o árbitro holandês no capítulo disciplinar, num jogo propício a picardias.
"Não estava à espera de sofrer tanto"
"Não estava à espera de sofrer tanto. A Itália fez um grandíssimo jogo e a primeira parte foi muito difícil. Melhorámos no segundo tempo, fomos crescendo e conseguimos ter bola. O resultado acaba por ser justo", disse o selecionador Fernando Santos.
Rui Patrício deu o mote e toda a defesa foi atrás
- João Cancelo – Um dos melhores. Enorme a defender e a dar ajudas ao meio. Menos eficaz a atacar, porque o jogo também não dava para isso.
- José Fonte – Fantástico sentido posicional. Foi meio caminho andado para resolver os problemas.
- Rúben Dias – Globalmente esteve bem, num jogo em que teve tanto que fazer.
- Mário Rui - Sentiu dificuldades porque teve quase sempre dois adversários com que se preocupar. Não se intimidou e foi à luta.
- William – Tentou segurar o jogo no miolo mas teve de andar atrás dele. Na parte final do jogo quase marcou.
- Rúben Neves – Perdeu-se a correr atrás de italianos.
- Pizzi – Procurou ter bola e segurar o jogo. Faltou-lhe dimensão criativa.
- Bernardo Silva – Muito recuado. O verdadeiro Bernardo, criativo e talentoso, não esteve neste jogo.
- Bruma – Um raide aos 10 minutos colocou a defesa italiana em alerta.
- André Silva – Longe do jogo. Apareceu no final.
- João Mário – Entrou bem. Deu estabilidade à equipa.
- R. Guerreiro - Sem tempo.
- Danilo – Entrou em campo para fechar a porta.
Rui Patrício
Logo aos 5 minutos fez uma fantástica defesa, detendo uma ‘bomba’ de Insigne. Voltou a brilhar aos 35 minutos. Foi o farol de uma equipa que ontem teve tração traseira.
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