A análise aos jogadores no jogo da seleção lusa contra a Alemanha
Selecionador reconheceu a justiça do marcador e identificou os erros.
Na defesa, Rui Patrício fez o que pôde na baliza, mas tudo ruiu com os autogolos de Rúben Dias e Raphael Guerreiro. Uma luta perdida no meio-campo que tramou a defesa. Faltou criatividade e até sintonia entre Danilo e William Carvalho. Entre os avançados, Cristiano Ronaldo e Diogo Jota foram os portugueses mais inconformados com um golo e uma assistência cada um.
+ Manteve enquanto pôde a equipa na luta pelo resultado. Dois autogolos tornam tudo mais difícil.
- Continua a ser aflitivo ver Patrício a jogar com os pés. Não complicou, mas falhou alguns passes.
Nelson Semedo: Não teve o apoio de Bernardo Silva a defender e pagou por isso. Deixou muito espaços nas costas que foram aproveitados pelos alemães. Gosens causou-lhe grandes problemas e dores de cabeça.
+ Manteve enquanto pôde a equipa na luta pelo resultado. Dois autogolos tornam tudo mais difícil.
- Continua a ser aflitivo ver Patrício a jogar com os pés. Não complicou, mas falhou alguns passes.
Pepe: Um pronto-socorro na defesa. Bem nas dobras a Rúben Dias, ainda explorou os lances ofensivos, aparecendo na área de Neuer. Um poço de força e determinação. Tentou carregar a equipa.
+ Estava lá quando Rúben Dias precisava. Acrescentou músculo à defesa frente aos possantes alemães.
- Alguma desorientação, generalizada a toda a defesa, nos momentos de maior aperto.
Bernardo Silva: Uma arrancada imparável que culminou no primeiro golo de Portugal, depois eclipsou-se. Muitos passes errados, não ajudou Nélson Semedo a defender e fez do seu corredor uma via verde.
+ Disparou pelas linhas germânicas e arrancou um cruzamento para Jota que assistiu CR7 no 1-0.
- Desapareceu do jogo com demasiada facilidade. Apagado, acabou por ser o elo mais fraco.
Diogo Jota: Foi um dos inconformados da equipa. Assistiu Cristiano Ronaldo para o 1-0 e acabou por fazer o segundo golo português com grande oportunismo. Tentou remar contra a maré, nem sempre com êxito.
+ Jogou para a equipa. Ofereceu um golo a Ronaldo e marcou o segundo golo. Está de pé quente.
- Intermitente. Por vezes fica alheado. Com uma regularidade maior pode ser uma das figuras da prova.
Cristiano Ronaldo: Marcou pela primeira vez à Alemanha, após assistência de Diogo Jota. Estava motivado e até brilhou com um toque de calcanhar, mas os erros defensivos deitaram o seu esforço por água abaixo. Ainda assistiu Jota no segundo golo português.
+ Fez um corte na área de Portugal e arrancou imparável para a área alemã onde acabou por fazer o primeiro golo.
- Teve menos bola do que é habitual e consequentemente menos oportunidades de golo.
Rúben Dias: Deixou-se antecipar por Havertz e acabou por fazer um autogolo (1-1). Algumas dificuldades para travar a avalanche ofensiva dos alemães. Também tentou a sorte no ataque, mas sem golo.
+ Determinação. Foi uma muralha na primeira parte, com um conjunto de cortes importantes.
- Um autogolo complica sempre as coisas. Deixou-se antecipar e precipitou-se no corte.
Raphael Guerreiro: Cedo se percebeu que as coisas não iam correr bem. Mal no passe, mal a defender, muita precipitação e sem capacidade para sacudir a pressão germânica. Acaba por fazer um autogolo, permitindo a reviravolta.
+ Um ou outro bom cruzamento para a área germânica que levou perigo. Melhor a atacar...
- Uma intranquilidade anormal. Inseguro. Acabou por fazer o autogolo que virou o jogo para os alemães.
Danilo: Dificuldades enormes para ganhar o meio-campo aos alemães. Alguns passes errados e alguma desconcentração. Revelou incapacidade para se concertar com William. Não foi o tampão que Portugal precisava.
+ Empenho e vontade demonstrada na luta pela posse de bola, embora nem sempre tenha levado a melhor.
- Desconcentração e falta de posicionamento. Nunca conseguiu impor o seu jogo no miolo.
William Carvalho: Tal como o seu companheiro de setor (Danilo) esteve mais apagado do que é habitual. Não recuperou tantas bolas como é habitual e disso ressentiu-se a produção de toda a equipa.
+ Trouxe alguma agressividade sobre a bola na zona de construção do futebol germânico.
- Não foi o pêndulo habitual. Esteve longe de projetar o futebol da equipa para a frente.
Bruno Fernandes: Ainda não mostrou a sua qualidade. Sentiu dificuldades para superar o poderio alemão. Não desequilibrou e acabou por ser arrastado para a mediocridade generalizada do meio-campo.
+ Precisão nas bolas paradas e um passe longo a isolar Bernardo Silva, que desperdiçou.
- Revelou-se incapaz de projetar o futebol da equipa portuguesa. Sem bola e alguns passes errados.
Renato Sanchez: Entrou para o lugar de Bernardo Silva e esqueceu-se de marcar Gosens no 3-1. Teve de mudar de posição. À entrada da área arrancou uma bomba fortíssima ao poste da baliza de Neuer.
+ Procurou o golo e esteve perto. Neuer ainda deve ter os ouvidos a zumbir após a bola bater no poste.
- Não cumpriu nas tarefas defensivas e isso contribuiu para o desaire e desorientação da equipa.
Rafa: Está habituado a desequilibrar no ataque e esqueceu-se de defender. Deixou Gosens fugir no lance do 4-1. Melhorou quando Gosens foi substituído. Mas não fez a balança pender para Portugal.
+ A sua zona de conforto é o ataque, trouxe vontade e alguma técnica mas insuficientes para dar a volta.
- Não está habituado a defender e isso custou um golo à equipa portuguesa. Faltou rigor tático.
João Moutinho: Com ele, Portugal ganhou posse de bola. Trouxe tranquilidade a uma equipa que viveu momentos complicados. Apontou o canto para Renato Sanches visar a baliza de Neuer. Valeu o poste.
+ É o pêndulo do miolo. Segurou o bola e marcou o ritmo, num jogo onde imperou a intranquilidade.
- Podia ter um futebol mais objetivo, com a baliza no pensamento, o que nem sempre acontece.
André Silva: Entrou tardiamente no jogo. Alinha no futebol alemão e está habituado ao rigor das marcações dos cantos. Podia ter dado algo mais à equipa. Mesmo assim foi esforçado, apesar de ter pouca bola.
+ Trouxe presença de área a Portugal, embora não tenha sido municiado da melhor maneira.
- Desgastou-se a procurar a bola, numa altura em que era ele a referência do ataque.
"Quero é seguir em frente. Queremos a lua todos os dias. Vou pensar com calma. Querer a Lua como queríamos neste jogo é perigoso para os jogadores. Se vencermos a França passamos. O apuramento depende de nós. Vamos ver como vamos jogar", disse Fernando Santos. O selecionador reconheceu a justiça do marcador e identificou os erros: "Eles reagiram ao 1-0 com o defesa esquerdo, que já sabíamos que poderia causar perigo, fez um golo e duas assistências. A equipa baixou, recuou... Os jogadores tentaram... não conseguimos. Tentei alterar ao intervalo mas sofremos o 3º e o 4º da mesma forma. A responsabilidade é minha."
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt