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Furacão Jovane faz reviravolta e dá vitória ao Sporting no Clássico

Equipa de Conceição marcou primeiro numa fenomenal arrancada de Marega, mas o conjunto de Amorim respondeu com um bis do inspirado.

20 de janeiro de 2021 às 01:30

O furacão Jovane colocou esta quarta-feira o Sporting na final da Taça da Liga, ao marcar os dois golos da vitória (2-1) do Sporting, diante do FC Porto, em Leiria. O avançado natural de Cabo Verde esteve em campo pouco menos de 20 minutos, o suficiente para fazer dois remates certeiros. Ambos de pé direito e no lado esquerdo da área. No primeiro, após um livre, recebeu um mau alívio de Mbemba e rematou em arco; a bola ainda bateu no poste antes de entrar na baliza de Diogo Costa. No segundo, assistido por Pedro Gonçalves (Pote), entrou na área e à saída do guardião portista atirou com suavidade para o fundo das redes. Sérgio Conceição, no banco, levava as mãos à cabeça. Afinal, o FC Porto tinha-se colocado em vantagem, por Marega, numa arrancada em força perante cinco leões, culminada com um remate atabalhoado, que traiu Adán (pensava que a bola ia para a sua direita e saiu para a esquerda).

Mas o que se passou em campo bem pode traduzir-se no seguinte: ora agora mandas tu; ora agora mando eu. Até aos 20 minutos, o FC Porto esteve melhor, explorando bem os flancos da defesa do Sporting, onde Porro e Antunes tinham grandes dificuldades para segurar quem lhes aparecia pela frente. Nesse período, Corona andou à solta com tempo e espaço para meter bolas verticais. E o FC Porto teve três oportunidades: uma por Zaidu (na área, atirou ao lado), outra por Uribe (desarmado ‘in extremis’ por Adán) e a terceira por Corona, com um remate frontal na área que saiu a rasar a barra.

A partir dos 20 minutos, Palhinha começou a vigiar de perto Corona, que praticamente desapareceu da partida. O Sporting passou a ter mais bola e a conseguir trocá-la com alguma eficácia no meio-campo adversário. E teve chances para faturar, mas Pote e Nuno Santos estiveram desastrados na finalização. Depois destes sustos, o FC Porto voltou a estar por cima e Marega acertou no poste, após num lance em que João Mário tirou Antunes do caminho e rematou contra Coates.

A 2ª parte também foi equilibrada e na mesma toada do domínio alternado, com as duas equipas a terem algumas jogadas que podiam ter dado golo. O FC Porto marcou primeiro, por Marega (79’), num período em que o Sporting estava a mandar. O leão respondeu aos 86’ com o 1-1 e o 2-1, já nos descontos, pelo inspirado Jovane.

Silêncio leonino em protesto

O Sporting recusou ontem participar nas habituais ‘flash interview’ e conferência de imprensa em sinal de protesto por terem sido impossibilitados de utilizar Nuno Mendes e Sporar, depois dos dois jogadores terem acusado falsos positivos à Covid-19. O técnico leonino não comentou assim a reviravolta no jogo e o facto de cumprir a segunda final consecutiva da Taça da Liga, depois de no ano passado ter vencido o troféu para o Sp. Braga.

"Palhinha não viu 2.º amarelo e sinto-me prejudicado"

"Não entendo algumas decisões. Não percebi a expulsão do Vítor Bruno, o meu adjunto. Também havia o 2º amarelo para o Palhinha, que não o viu. Sinto-me prejudicado", salientou Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, acrescentando: "Fizemos um bom jogo, sempre por cima e com mais oportunidades. No primeiro remate enquadrado fizeram golo. Um resultado que, como se diz, lhes caiu do céu. Agora, temos de concentrar-nos no campeonato."

Análise do jogo

Positivo: Jovane e Amorim

Jovane - dois ‘tiros’, dois golos. Melhor era impossível. Colocou o Sporting em mais uma final da Taça da Liga. Rúben Amorim - acertou nas substituições. Os jogadores que entraram fizeram mesmo pender a balança para os leões.

Negativo: Substituições portistas

Sérgio Conceição falhou nas substituições. Nenhum dos jogadores portistas que entrou foi capaz de fazer a diferença. Tanto a nível defensivo, como ofensivo. E foi precisamente esta questão que decidiu o clássico de ontem, em Leiria.

Arbitragem: Errou com Palhinha

Hélder Malheiro apitou muitas vezes. Algumas vezes com acerto, outras não. O maior erro que cometeu foi não ter mostrado o segundo amarelo e consequente vermelho a Palhinha (67’), por um corte com a mão, a travar um contra-ataque portista.

Análise dos jogadores

Sporting - ‘vitamina J’ leva leões até à final

Jovane Cabral - Entrada de sonho. Nas duas vezes que tocou na bola fez os dois golos do triunfo do Sporting. Dois remates colocados para o lado mais distante do guardião. Uma ‘vitamina J’ para Amorim.

Adán – Não foi posto à prova, mas cumpriu. Ficou a ver o remate de Marega a entrar.

Gonçalo Inácio – Precipitação a sair a jogar. Acertou o passo com o tempo de jogo.

Coates – Um corte decisivo após remate de João Mário.

Feddal – Mal numa abordagem a Marega que podia ter dado golo.

Porro – Faltoso. Não deu a profundidade que Rúben Amorim pretendia.

João Mário – Ativo no meio-campo, com bons passes a criarem desequilíbrios.

Palhinha – Bem na marcação a Corona. Impediu que o mexicano organizasse o jogo portista.

Antunes – João Mário fez dele gato e sapato no lance que Marega remata ao poste.

Pedro Gonçalves – Faltou-lhe intensidade. Destaque para um ‘slalom’ que culmina com um remate por cima. Assistiu Jovane no segundo golo.

Nuno Santos – Deixou-se antecipar por Diogo Costa, após um passe de Tomás.

Tiago Tomás – Pepe não lhe deu espaço, mas mesmo assim conseguiu desequilibrar.

Matheus Nunes – Trouxe segurança ao miolo.

Plata – Agitou.

Bragança – Refrescou.

FC Porto - Marega trapalhão até... no golo

Diogo Costa – Decisivo ao antecipar-se a Nuno Santos. Ainda se esticou nos remates de Jovane, mas sem hipóteses.

Diogo Leite – Esforçado. Mas lento a sair à bola no segundo golo de Jovane.

Pepe – Não se notam os 37 anos. Rápido sobre a bola e sem dar espaço a Tiago Tomás. Surpreendido no golo.

Mbemba – Faz um corte defeituoso, colocando a bola nos pés de Jovane que fez o 1-1.

Zaidu – Deu profundidade no seu flanco. Criou problemas a Porro e a Inácio.

Grujic – Perigoso. Surgiu várias vezes na zona de finalização, mas sem pontaria.

Uribe – Irrequieto e trabalhador incansável.

Corona – Muito bem a romper as linhas leoninas, com passes rasgados.

João Mário – Deixou Antunes de olhos trocados no lance mais perigoso dos portistas.

Felipe Anderson – Regressou e cumpriu. Grande corte a evitar um golo a Nuno Santos.

Manafá – Impotente para travar avalanche leonina nos momentos finais.

Toni Martínez – Sem bola no ataque.

Nanu –Nem se viu.

Fábio Vieira – Sem tempo e pedalada para o leão.

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