Crise no FC Porto obriga clube a recorrer ao crédito

Valor dos empréstimos aumentou em 11% para 245 milhões.

02 de março de 2020 às 08:34
Pinto da Costa Foto: FC Porto
Pinto da Costa Foto: Nuno Fonseca / Movephoto

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Agrave situação financeira em que está mergulhado obrigou o FC Porto a recorrer ainda mais ao crédito. Entre empréstimos bancários e obrigacionistas, operações de factoring [adiantamento de uma receita futura] e leasing [aluguer de um bem], os dragões terminam o primeiro semestre da época com 244,9 milhões de euros em empréstimos, mais 25 milhões de euros (11,4%) face aos 219,9 milhões de euros de dezembro de 2018.

Este é um sinal das dificuldades de liquidez da SAD, que viu as receitas derraparem entre julho e dezembro de 2019. O relatório e contas revela que os proveitos operacionais, excluindo a venda de passes, baixaram de 107 M € para 52,5 M €, sobretudo devido à redução da receita com as provas da UEFA (9,4 milhões de euros em vez de 60,8 milhões de euros).

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Essa queda não foi compensada do lado dos custos operacionais, que até aumentaram (75,3 milhões de euros em vez de 74,3 milhões de euros), nem pela venda de jogadores. Entre as saídas e as entradas no plantel, com os valores pagos e os custos associados, o balanço foi negativo em 18,1 milhões de euros.

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Somando os 10,9 milhões de euros das perdas financeiras, o FC Porto teve um prejuízo de 51,9 milhões de euros no primeiro semestre da época e viu agravarem-se vários indicadores. Não só o passivo disparou (ver infografia), como também o ativo diminuiu. Nem a valorização do plantel ajudou.

A 31 de dezembro do ano passado o valor líquido da equipa portista era de 103,8 milhões de euros (acima dos 83,8 milhões de euros do período homólogo ou dos 75 milhões de euros de junho). Esse resultado deve-se ao investimento recorde feito a partir de julho na compra de jogadores (59 milhões de euros), o que por sua vez aumentou em 58% as comissões pagas a intermediários, de 6,9 milhões de euros para 10,9 milhões de euros (estão incluídos os pagamentos por renegociações de contratos ou o cumprimento de objetivos).

Para chegar a 30 de junho com lucro, como obriga a UEFA, o FC Porto terá de encaixar bem mais do que 100 milhões de euros com a venda de jogadores.

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